Theresa Catharina de Góes Campos

 
CAMELOS  TAMBÉM  CHORAM

CAMELOS
TAMBÉM CHORAM


(Die Geschichte vom weinenden Kamel, MON/ALE, 2003, Cor, 87’)
Europa – Documentário – Livre
De: Byambasuren Davaa, Luigi Falorni
Com: Janchiv Ayurzana, Chimed Ohin

Primavera no deserto de Gobi (Mongólia), e um raro filhote albino de camelo é rejeitado por sua mãe, que se recusa a amamentá-lo.
Comentário: Ficcional ou documental? Para um olhar apressado, ou menos treinado, essa co-produção entre a Mongólia e Alemanha, dirigida pelo mongol Byambasuren Davaa, em seu segundo filme, e pelo italiano Luigi Falorni, ambos alunos da Escola de Cinema de Munique, pode ser vista como um filme de ficção. Isso até o final dos créditos, quando vemos que os personagens são reais. Eis o primeiro elemento de estranhamento. Camelos Também Choram segue a linha da obra-prima Nanook, o Esquimó, realizado em 1922 pelo cineasta norte-americano Robert Flaherty, que, após viajar pela parte selvagem do Canadá, decidiu registrar a vida de um grupo de esquimós – homens vivendo em condições extremas, em tênue equilíbrio com a natureza.  Essa dinâmica é resgatada neste documentário que se vale em parte da narrativa ficcional ao acompanhar o modo de vida de uma família de nômades em meio à imensidão da estepe mongol. Longe da influência externa, um novo elemento seduz a nova geração de pastores: a televisão.

 

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