Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Mais uma vez, o Amor... - Nova Acrópole Lago Norte 

De: Nova Acrópole Lago Norte 
Date: seg., 12 de jun. de 2023 
Subject: #55 - Mais uma vez, o Amor...

 

 

"É bom amar tanto quanto possamos, pois nisso consiste a verdadeira força ... e o que se faz por amor está bem feito." - Van Gogh

 

 

E lá se vai mais um dia dos namorados; como o comércio é temático e colore as nossas cidades, circulamos por alguns dias no meio de inúmeros cupidos, corações vermelhos, fotos de casais apaixonados... 

voltamos nossa atenção para o amor, embora não para entendê-lo, mas sim para desfrutar dele, como emoção súbita que quebra a monotonia e introduz um sabor diferente, mais ou menos intenso, mais ou menos duradouro, na nossa vida.

Alguns filósofos, seres com mania de querer entender as coisas, em vez de apenas saboreá-las, costumavam dizer que o amor é a busca daquilo que nos falta; com esse pensamento em mente, eu saí por aí olhando um pouco para o mundo e para mim mesma.

Na vitrine da perfumaria, cheia de imagens de amor, eu vi muitas rosas tristes, morrendo precocemente, amontoadas num vaso, sem água fresca, sem ar.

Serão trocadas amanhã; afinal, elas têm preço, não tem valor; não há tempo para pensar em vasos; é tempo de pensar em amor!

O homem maltrapilho recolhe as moedas que o jovem apressado lhe dá, mas fica, alguns segundos, perplexo, olhando para elas; talvez não quisesse apenas moedas, mas um olhar, um sorriso que lhe lembrasse que ele existe para alguém; porém, o jovem tem pressa: o amor o espera!

As pessoas passam umas pelas outras sem uma palavra ou olhar: o que dizer a um estranho? Com um pouco mais de tempo, talvez percebessem que o outro é só mais uma frente de batalha contra o mesmo inimigo: a dor, a ignorância, o medo, a impotência ante a adversidade.

Com um pouco mais de tempo, olhariam talvez para o outro e diriam, ainda que silenciosamente: “E aí, companheiro? como foi com a preguiça e a tristeza, hoje? e a motivação, e os sonhos, tudo ok? força aí, parceiro!” 

Mas que bobagem, não há tempo para isso; há que chegar a algum lugar e despejar sobre o eleito do nosso coração todas as nossas expressões ruidosas de amor.

Há que atravessar um caminho mudo de amor, passando por ruas e casas e animais e coisas e gente vazia de amor.

Peço desculpas ao publicitário, à moça da perfumaria, ao rapaz da floricultura, a todos, enfim, pois os filósofos são meio desmancha-prazeres.

Se lhes falam de amor, imaginem, querem saber o que é isso, e, uma vez razoavelmente entendido, querem usar para valer; não se sentam, lânguidos, em bancos de praças, chorando pelos amores perdidos...

Pedir amor a um filósofo é como dar, a uma criança, uma grande caixa de lápis de cor. “Pinte só o que é seu, querida!” E ela te sorrirá com um sorriso matreiro e encantador, e sairá pintando muros, ruas, pontes... sairá colorindo a vida.

 

Lúcia Helena Galvão

 

 

 

 

 

Filme: Viver duas vezes. Aborda o afeto construído quando há pouco tempo, descoberto debaixo da rigidez do dia a dia. Quando Emilio é diagnosticado com Alzheimer, ele e sua família partem em busca do seu amor de infância. O filme apresenta uma história de reconciliações e descobertas, permeadas por humor, sensibilidade e muito carinho. Disponível na Netflix.

Livro: Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Clarice Lispector. É a narrativa de uma iniciação e um extraordinário hino ao amor. A experiência da protagonista desta aprendizagem mostra afinidades tanto com as provações da bela Psiquê, do mito grego, quanto com a mística aventura da alma, ao atravessar a noite escura no Cântico Espiritual de São João da Cruz.

Poema:  O Amor. Fernando Pessoa. “O amor, quando se revela, / Não se sabe revelar. / Sabe bem olhar p’ra ela, / Mas não lhe sabe falar...” Vale a pena conferir na íntegra.

Apreciação artística #1: Tristão e Isolda. Edmund Blaire Leighton. Retrata um dos casais mais famosos da literatura medieval. Os dois se apaixonam ao beber por engano uma poção mágica que os une para sempre, porém, o rei Marcos da Cornualha, tio de Tristão, se casa com a princesa irlandesa Isolda. O quadro representa os dois jovens em cores vivas e alegres, enquanto o rei os escuta nas sombras. Essa é uma história clássica e preciosa, cheia de simbolismos.

Apreciação artística #2: Pavane em fá sustenido menor, Op. 50. Gabriel Fauré.  Pavane é uma peça musical composta em 1887, inspirada na antiga dança cortesã espanhola de mesmo nome. Foi originalmente escrita para orquestra, mas o compositor acrescentou posteriormente uma parte coral opcional, com um texto de Robert de Montesquiou. A peça tem um ritmo lento e elegante, que evoca uma atmosfera de nostalgia e melancolia.

 

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