Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Significado da Amizade - Nova Acrópole Lago Norte

De: Nova Acrópole Lago Norte
Date: seg., 31 de jul. de 2023
Subject: #62 - Significado da Amizade

 

“A amizade vence todos os obstáculos para unir os corações virtuosos.”  – Sócrates

  

Onde está a virtude que une os amigos? Entendo que a amizade sempre engloba fidelidade e estima. Mas para a filosofia isso não é o suficiente para chamar alguém de amigo. Existe um elemento fundamental que precisa estar presente e, que hoje, falta nas definições do dicionário, da internet e, principalmente, nas relações.

A amizade é um laço que não se baseia apenas em interesses e diversões, mas em virtudes e crescimento humano. E, para ter amigos, temos que ser autossuficientes e não carentes, pois aquele que só quer receber não é amigo nem conseguirá estabelecer amizades verdadeiras.

A pessoa mais apta a ser um bom amigo é aquela que possui virtudes para compartilhar e ensinar. Por isso, cultivar amizades exige um conhecimento profundo de si mesmo. Encontrar nossas virtudes e a forma acertada de compartilhá-las com os outros para que nossos amigos sejam cada vez mais felizes e plenos pelo simples fato de serem nossos amigos.

Mas quando queremos alguém que aprove tudo o que fazemos, que não nos desagrade e nos coloque em um pedestal, estamos querendo um bajulador, não um amigo. Ter um amigo é ter um farol que ilumina nosso caminho para um destino de mais virtude e mais luz. Ele nos ajuda a sermos fiel a nós mesmos. E nós fazemos o mesmo por ele: iluminamos e apoiamos sempre que os fins e os meios forem corretos.

Para a filosofia, a amizade é fundamental para uma vida completa e saudável. Não há felicidade possível em uma vida isolada e sem amigos. E isso é verdadeiro em qualquer época e em qualquer situação. Para que uma amizade se desenvolva é preciso um grau de “olho no olho” que não seja apenas virtual. Talvez esse seja um dos maiores desafios para manter uma amizade viva em um mundo conectado.

A comodidade de relacionamentos muito virtuais e distantes pode chegar a atrofiar nossa capacidade de cultivar amizades verdadeiras. Estar por trás das telas gera uma segurança falsa e sedutora. Não nos expomos e podemos fugir com facilidade de situações que nos colocam à prova.

Gostar de ter amigos é gostar de ter alguém que nos tire da zona de conforto, que nos incentive a vencer os desafios e as situações difíceis que nos farão crescer. É ter coragem de compartilhar a própria vida com outro ser humano, e não oferecer apenas a imagem que conseguimos criar sem esforço em um mundo virtual.

Os amigos são poucos e provavelmente poderão ser contados nos dedos de uma mão. E isso não é um problema, mas uma lei da natureza. Acontece com a amizade o mesmo que acontece com o ouro na natureza: é valioso e especial por ser raro. Não seria diferente com os verdadeiros amigos. 

Renata Peluso

 

  

Vídeo-Palestra: A verdadeira amizade. Sabemos reconhecer as verdadeiras amizades? Sabemos ser amigos de verdade? Baseado no livro Amizade - uma compilação de reflexões dos filósofos Platão, Cícero e Plutarco sobre o tema. Na palestra são apresentadas as 7 leis que caracterizam o verdadeiro amigo.

Poema: A amizade. Khalil Gibran (1883 - 1931) é um prosador, poeta e ensaísta libanês muito inspirador. Neste poema belíssimo ele discorre sobre a amizade.

Filme: Os intocáveis. 2011. Inspirado em fatos reais, esse filme de grande sensibilidade retrata a amizade entre um milionário tetraplégico, Philippe, e seu cuidador, Driss – que, diferentemente de todas as outras pessoas do convívio de Philippe, enxerga o homem por trás da condição física. Disponível no Globoplay.

Apreciação artística #1: Ode à alegria. Ludwig van Beethoven. O famoso quarto movimento da 9a sinfonia de Beethoven teve sua letra baseada em um poema do mesmo título, escrito por Friedrich Schiller em 1785, que aborda a alegria e a fraternidade entre as pessoas, a paz e a solidariedade, ideias que inspiravam ambos os artistas.

Apreciação artística #2: Um Idílio da infância. William-Adolphe Bouguereau, 1900. Essa pintura retrata duas crianças contentes e em paz, em um cenário bucólico e belo. É especulado que elas representem a inocência, e o motivo de suas roupas serem simples pode estar relacionado com a vontade de Bouguereau em manter suas pinturas atemporais e, de certa forma, universais. Assim como retrata a pintura, é comum vermos amizades surgirem facilmente entre crianças, pois ainda preservam sua inocência e pureza de preconceitos e julgamentos. Além disso, a fraternidade e a amizade são experiências humanas que podem ser vividas por toda a humanidade.

  

   

 

 

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