"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la” - Cecília Meireles

 

 

Quando um poeta – ou uma poetisa, que é o caso da Cecília – fala sobre a Primavera, as palavras logo tornam-se flores e aparecem num contraste com o céu azul de nuvens espaçadas.

E quando alguém que não escreve poemas fala sobre a Primavera, o que será que ele diz?

Talvez diga que “voltou a Estação das Flores”, ou que “entrou setembro e já estamos quase no final do ano”. Quem sabe ele diga: “como o tempo está passando rápido”. Ou ainda: “essa é a minha estação preferida”.

A grande questão é, que independente do que pensamos sobre ela, a Primavera sempre chegará. E com ela virá uma sensação de frescor, que não advém apenas do retorno das chuvas ou do florescer dos jardins. A Primavera em nós aparece como uma capacidade de renovação e renascimento.

É como se pudéssemos associar a Primavera à Juventude, mas não uma Juventude somente ligada ao tempo cronológico, aquele que nos prender ao relógio e aos dias, meses e anos.

É uma Juventude de Alma, que nos dá a possibilidade de ser sempre jovem, enquanto no Coração houver um anseio pela Bondade, pela Beleza, pela Justiça e por tantas outras Ideias que nos conectam ao melhor que há em nós, ao melhor que há no outro e ao melhor que há na Vida, então conservaremos um Coração eternamente Jovem.

O diretor da Nova Acrópole Brasil, divisão Norte, o professor Luis Carlos Marques, tem um ensinamento filosófico que diz que a “Eternidade é uma porta sempre aberta para o presente”, ou seja, se soubermos estar “no aqui e no agora” em todos os momentos da nossa vida, aproveitaremos sempre a paisagem à nossa frente, e seremos sempre jovens.

Esperemos, pois, o retorno da Primavera, mas saibamos aproveitar cada dia, cada mês e cada estação do ano, com esse Coração Jovem que sabe ver no momento presente sempre uma oportunidade de despertar o seu melhor. 

Aline Freitas

 

  

Apreciação poética: Primavera. Poesia de Cecília Meireles, recitada por Miriam Guimarães. “A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno...”

Livro: Escolha o seu sonho. Cecília Meireles. Autora inigualável pela delicadeza e fluidez dos seus versos, pelo poder de transcender o real e nos fazer sonhar. Essa magia está presente nas 45 crônicas deste livro, nas quais a poeta aborda, em textos curtos, elementos e acontecimentos que partem do cotidiano e criam asas, luzes, cores, saltando da vida real para o universo dos sonhos.

Podcast: Feito pedra no lago. Reúne histórias e reflexões, que são tipo aquelas ondinhas que vão reverberando na superfície do lago quando a gente joga uma pedra na água, sabe? Será que a vida e as histórias de vida das pessoas não funcionam exatamente assim também? Por Aline Freitas, autora do texto dessa edição da newsletter, que deu origem ao episódio nº 28 do podcast.

Apreciação artística: Concerto Op. 8 n. 1 RV. 269 “Primavera”. Vivaldi, 1726. Esse é o primeiro dos quatro concertos para violino que compõem a obra. “Primavera” é uma das peças mais famosas e populares do compositor italiano, que expressa musicalmente as características da estação da primavera, como o canto dos pássaros, os trovões, as brisas suaves e as danças campestres. O concerto tem três movimentos: Allegro, Largo e Allegro (Danza pastorale), e cada um deles é acompanhado por um soneto descritivo, possivelmente escrito pelo próprio Vivaldi. Você pode encontrar as traduções clicando aqui.

Música: Sinfonia nº 1 em Si bemol maior, op. 38, “Primavera”. Schumann, 1841. Essa obra foi escrita logo após o seu casamento com Clara Wieck. Schumann se inspirou em um poema de Adoph Böttger, que descreve o despertar da natureza após o inverno. A sinfonia é uma homenagem à primavera, expressando a alegria, energia, juventude e renovação que ela traz. Schumann usa uma orquestra colorida e vibrante para criar uma atmosfera de festa e romance, com melodias líricas e ritmos animados. A sinfonia tem uma estrutura clássica de quatro movimentos, mas cada um deles se relaciona com diferentes fases da estação e os sentimentos que provocam.

Pintura: Primavera. Sir Lawrence Alma-Tadema. 1894. A pintura mostra uma multidão de pessoas vestidas com roupas adornadas com flores coloridas, que desfilam pelas ruas ao som de música e dança. Não se sabe ao certo qual seria a festa retratada, mas muitos assumem que seja a Florália romana, dedicada à deusa das flores, Flora, que anunciava o início da primavera. A pintura é rica em detalhes arquitetônicos e históricos, que revelam o cuidado do artista em retratar a vida e a cultura da Roma antiga com beleza e harmonia, muitas vezes misturando detalhes de diferentes períodos históricos em uma mesma pintura.

Clube de leitura: Como superar seus limites internos. Livro de Steven Pressfield, comentado pelo Prof. Vitor Salgado. Encontros às quintas, às 18h30, começando no dia 05/10, com entrada franca, na Biblioteca Nacional de Brasília e também online pelo zoom. Se inscreva para receber mais informações.

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