Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Reynaldo Domingos Ferreira comenta: 

 
RUSSIFICAÇÃO ou PUTINIZAÇÃO - Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*



 
De: Reynaldo Ferreira <reydferreira@gmail.com>
Date: seg., 31 de mar. de 2025 
Subject: Fwd: RUSSIFICAÇÃO ou PUTINIZAÇÃO

 
REPASSANDO:  ESSA DECLARAÇÃO PUTINESCA, AQUI REPRODUZIDA NO ARTIGO DO PROFESSOR AYLÉ-SALASSIÉ QUINTÃO,  PODE SER, NA REALIDADE, O SEU CANTO DO CISNE, POIS SEGUNDO ZELENSKI - DAVI QUE LUTA CONTA GOLIAS - A MORTE JÁ LHE ESTÁ PRÓXIMA, RONDANDO O SEU LEITO, A CADA NOITE, A CADA DIA. QUANTO À CAMBADA GOVERNAMENTAL DO PAÍS, QUE TIRA A CARNE BOVINA DA MESA DOS BRASILEIROS PARA VENDÊ-LA  AO JAPÃO E AO VIETNAM, TAMBÉM MOTIVO DA MATÉRIA, EM ANEXO, O MELHOR É DEIXÁ-LA, COMO ESTÁ, POIS O SEU FIM ESTÁ PRÓXIMO, TALVEZ MAIS DO QUE SE POSSA IMAGINAR.

 
RUSSIFICAÇÃO ou PUTINIZAÇÃO  

 
Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*

 
Tem louco pra tudo. Vladimir Putin acaba de anunciar , num encontro  chamado de International Artic Forum, o domínio russo sobre o território da Groenlândia, que, legitimamente,  pertence à Dinamarca. Em sua fala, ele anexava praticamente  a Groenlândia, a maior ilha do mundo (2,1 milhões de quilômetros quadrados) à Federação Russa, numa clara respostas às intenções de Donald  Trump, dos Estados Unidos,  de também ocupar o território. Putin tem um projeto chamado de  Rota do Ártico, similar à tal Rota da Seda, dos chineses, que, segundo ele, já está sendo executado, e que dá volta à terra atravessando o Polo Ártico.
 
Sai de  Murmansk, no extremo norte da Rússia, divisa com a Finlândia (eles estão preocupados),  passa pelo  estreito de Bering, ao lado do Alasca, e chega a Vladivostok, maior porto da Rússia no Oceano Pacífico, onde vai encontrar-se com  a ferrovia Transiberiana (7,6 mil quilômetros de extensão). Por  meio dela a tal Rota do Ártico atinge Moscou e São Petersburgo. Dizendo-se preocupado - talvez para não assustar - , com o meio ambiente na majestosa ilha do Ártico, ele parece visualizar um grande negócio no derretimento do gelo no polo Ártico. 

 
O cidadão ou a empresa que quiser se instalar lá na Groenlândia,  terá do governo russo   financiamentos hipotecários  - juros baixos e financiamentos a longo prazo -, incentivos fiscais ,  apoio  tecnológico e segurança através de um super projeto militar, que envolve navios quebra gelo equipados com tecnologias que "só os russos têm" , submarinos e navios nucleares,  com virtudes únicas  no mundo que também "Só nós temos", declara.  

 
De Stalin a Putin, o estilo não muda. Foi assim anunciando, previamente, a "possibilidade" do envio de tropas militares  para dirimir questões nacionais soberanas,  que ele ocupou a Geórgia, a Chechênia, a Criméia, alguns territórios chineses e agora tenta se apropriar da Ucrânia. Sem consultar a Dinamarca,  ele já tem data para concretizar seus projetos de ocupação : "Até 2030" . É corajoso! Em uma entrevista concedida pouco antes a  alguns jornalistas, ele teve a ousadia de revelar  abertamente os quatro governantes estrangeiros em quem não confia: "Scholz, da Alemanha; o Macron, da França;   Albanese, da Austrália; e o "amigo" Donald Trump", bem como todos  que estão fornecendo apoio militar para a defesa da  Ucrânia. 

 
A Rota do Ártico se estende ao longo da costa norte da Rússia. Será interligada por uma rede de portos  , aeroportos, rodovias e ferrovias . Ele teria tomado como pressuposto projeções de cientistas indicando  o aumento da temperatura do oceano, que provocaria um degelo amplo na região, elevando  o nível dos oceanos, e abrindo  caminho para navios . Prega que  os negócios vão  mudar-se  do Sul para o Norte,   gerando novas tendências para o comércio internacional, já na próxima década. Não descarta a possibilidade de haver uma  espécie de "rota interna" que liga a Rússia ao Canadá.

 
Na sua fala  no Fórum do Ártico, Putim   enumerou quase 50 grandes e sofisticados projetos para a região.  Em nenhum momento falou de valores e custos financeiros, mas informou que  vários países  estão interessados em ter presença na Groenlândia, entre eles a China e os Emirados árabes. O consolo contra as mega projeções ufanistas  de Putin é que seu projeto, que  se insere numa pretensão  expansionista dos russos (ou dele),  tem ares de fantasia, e a aparência de  um PAC - Programa de Ação Coordenada, do Brasil, com a diferença de que  não conta com as tais "emendas parlamentares" para se realizar.  

 
 Ao longo do tempo, os russos vêm ocupando nações vizinhas soberanas  e até diferentes partes do território chinês, inclusive a região da costa do Pacífico  de  Hǎishēnwǎi que, em chinês, significa "pequena vila de pescadores", e que os russos expansionistas apelidaram  de Vladivostok ,  em russo Владивосто́к :"governar para o Leste". Os russos fizeram do pequeno porto de pescadores dos chineses a   maior cidade portuária da Federação Russa no oceano Pacífico,   habitada hoje por  600 a 800 mil pessoas . Detalhe: metade dessa população são trabalhadores chineses. Pode ainda dar problemas. 

 
Nos Estados Unidos, o Governo Trump, sob a crítica severa tanto do Partido Democrata quanto dos Republicanos, também fantasia  seu projeto de expansão planetária , proclamando, da mesma forma,  os EUA como o  mais forte e o mais desenvolvido  país do mundo . E, assim,  continua a  ameaçar vizinhos como o Canadá e o México, países aliados seus,  com a suspensão de privilégios tarifários, atormentando ainda outro  companheiro , como a Dinamarca, com a história de comprar ou ocupar a Groenlândia. A narrativa de  Putin inclui a informação de que  os norte-americanos  ( e russos  também) nunca tiveram interesse em ocupar  o quase continente congelado. 

 
Aos poucos, com a descoberta de petróleo, gás , minerais, terras raras e outros ,  eles vão sendo despertados para a ocupação e exploração do território groelandês. Os norte-americanos já têm uma base militar no Ártico, que pretende reforçar, diante das insinuações de Putin.  Os russos também.  Mas, australianos e  chineses já estão  lá, com projetos de exploração mineral e até com base militar .

 
Embora com uma população pouco maior que 100 mil habitantes. A Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca: tem seu próprio governo, parlamento e moeda da coroa dinamarquesa. A Dinamarca é responsável pela  sua defesa e  as relações exteriores. A autonomia, conquistada em 1979, e ampliada em 2008, após referendos, destaca a busca por sua identidade e independência. Embora  faça parte, geográfica, do continente norte-americano, ela está  política e culturalmente associada à Europa . Tem a extensão de 2.166.000 quilômetros quadrados,  13 localidades com mais de 1000 habitantes. As principais cidades são Nuuk, Sisimiut e Ilulissat. Os pequenos aglomerados populacionais vivem praticamente isolados, carentes de tudo. 

 
Enquanto tudo isso acontece, nosso Presidente, Lula da Silva, esquivando-se de ajudar a Ucrânia, depois de provocar um desarranjo político e econômico  interno, viaja tranquilo para o Japão e o Vietnam com a Janja. Diz-se   preocupado com o cenário político do mundo.  Em sua companhia encontram-se  os recém eleitos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta. Não sei se alguém do Supremo Tribunal ( Tirando os protagonistas principais da votação do tal "projeto  da anistia").
O  avião presidencial está  cheio de "políticos jabutis" e empresários oportunistas. No Vietnam,  foi-se vender carne dos irmãos Batista , que está sobrando por aqui por causa dos preços dolarizados,  e convidar o primeiro ministro Pham Minh Chinh para participar do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e mais um grupo à reboco). Pelo visto, Lula  não chegou a Secretário-Geral da ONU, mas ,   por um regime de  alternância introduzido na organização, imaginariamente  terceiro mundista , ele é hoje seu presidente.

 
Enfim, não se sabe dizer  se Putin tenta , entre  seus admiradores,   ser o mais ousado, se é um cara-de-pau, que ameaça o mundo com narrativas , diz que faz - "não faz" : não tem dinheiro -  ou se é um anjo apocalíptico que veio para iniciar a desconstrução do planeta. Ele parece aspirar  um papel na História, que pode nem existir depois de aventuras como essas.

 
Jornalista, professor

 
 
 

Jornalismo com ética e solidariedade.