Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
SALMO


De: Reynaldo Ferreira <reydferreira@gmail.com>
Date: seg., 9 de jun. de 2025
Subject: SALMO
To: Theresa Catharina de Goes Campos <theresa.files@gmail.com>


SALMO

Ah, nosso pálido Brasil, atual,
Nossa pátria perdida, no lamaçal,
Onde chega a ser proibido falar,
Em corda,
Na casa de um enforcado,
Porque injustiçado.
Se alguém gosta de escrever,
Que não o faça nunca,
Com batom vermelho,
Pois pelo sistema jurídico,
Que nós temos,
Pode vir a ser condenado,
Pela vida inteira

Se algum magistrado,
Ensimesmado, se opõe às leis,
Não se deve, de forma alguma,
Por prudência, com ele retrucar.
Deve-se, sim, procurar refúgio,
Pela porta aberta,
Que, segundo Alfred de Musset,
Se antepõe ao lado,
Do nosso pobre coração!…

Ah, nada se pode dizer
Que os homens do poder
Transpiram, pelos sovacos,
Em demasia, ou coisa assim,
Pois logo se vai entender,
Que disso o povo
Não deve nunca saber!…

Ouve, minha amiga,
Como uma troiana,
Sacrificada pelos gregos,
Este meu clamor,
Para que observes bem
Qual a palavra a sair de teus lábios
Esteja sempre no caminho,
Pelas autoridades prescrito,
E que não tenha ela
Nenhum sentido de transgressão
A poderosa cor do amarelo!…

Guarda-nos, ó Deus,
És Tu o nosso Senhor,
A vir depressa nos socorrer,
Ao dar-nos triunfo com flores,
Pois só Tua justiça poderá nos salvar,
Logo à luz do amanhecer!…

REYNALDO DOMINGOS FERREIRA
JUNHO DE 2025
 

Jornalismo com ética e solidariedade.