Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO : AS CONTRADIÇÕES DE SEMPRE!

De: LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO <luizaccardoso@gmail.com>
Date: dom., 8 de jun. de 2025
Subject: contradições

AS CONTRADIÇÕES DE SEMPRE!

Entre outras coisas, o Presidente da Câmara, Sr. Hugo Motta, afirmou que: “Esse é um dos raros momentos em que o país precisa escolher entre adiar o inevitável ou enfrentar o inadiável.” Argumentando ainda, segundo a reportagem de hoje do Correio Braziliense (08 de junho), que o país está “aprisionado” pelos “interesses de poucos em detrimento de muitos”. E lamenta que o Estado brasileiro “gasta muito, entrega pouco e cobra cada vez mais de quem produz.” Com a devida vênia, que tal o sr. Hugo não aproximar da realidade o discurso pronto para seduzir as massas? Sim, porque o discurso de político parece trazer em sua substância sedutoras palavras, sem apresentar soluções viáveis para o país e, principalmente, para alcançarmos a justiça social.

Assim é que ao falar dos gastos do governo, o Presidente da Câmara esquece dos gastos do Congresso Nacional. Do número de assessores que cerca cada parlamentar; da verba indenizatória, que recebeu outro nome para deixar de ser pejorativa, de outros privilégios e, ao final, dos quase R$ 53 bilhões este ano para as emendas parlamentares. O que equivale a uma boa parte do déficit do Orçamento Federal. Ao invés de criticar o governo, com a devida vênia, o sr. Hugo deveria questionar junto aos seus pares por que o Congresso Nacional se apossa de um volume tão grande de recursos públicos de nossos impostos, para atender a CADA UM PARLAMENTAR dos mais de quinhentos. Com o objetivo claro, explícito e objetivo de aumentar seu potencial político através da propaganda eleitoral gratuita com as emendas parlamentares, pagas com verbas públicas.

Por todos os deuses! É antidemocrático, porque atende somente aos eleitos e produz a falta de oxigenação do nosso Parlamento. Por outro lado, através das emendas há uma dispersão imensa de recursos públicos. Além do que, se abrangem obras importantes, elas devem constar do planejamento dos governos municipais e estaduais. E então os recursos são dispersos para atender a vontade individual de cada parlamentar. Criando e alimentando a dependência dos gestores municipais. Portanto, em um país com sérias dificuldades econômicas, a afirmação do sr. Hugo Motta, Presidente da Câmara Federal, de que poucos aprisionam o Estado em detrimento de muitos parece uma autocrítica.

Contudo, ao tratarmos do empanzinamento do Parlamento Nacional com recursos do Orçamento Federal, deveríamos perguntar também se o Judiciário não tem onde cortar em suas despesas. Porque embora quase não tenhamos acesso às suas contas, temos notícias de exorbitantes salários pagos a juízes. Além de privilégios outros. A pergunta que não quer calar é se o poder guardião da Lei, não se encontra igualmente imerso em se aproveitar da “res pública” em proveito de seus representantes.

O fato é que temos o segundo mais caro Parlamento do mundo. O Judiciário também precisaria colocar suas contas às claras. E o Executivo fazer a mesma tarefa. Lembrando que não ouvimos falar das obras ou dos resultados dos programas de governo. Enquanto o Presidente do Brasil, o Sr. Luiz Inácio, continua em seu périplo internacional turístico, como o presidente que mais viaja no mundo. Ao lado, claro, de sua atual esposa. Ambos aproveitando as benesses do cargo e aumentando as despesas estatais. Querendo justificar, sem êxito, sua viagem à França. Onde fez seus malabarismos inconsequentes. Nós pagamos tudo. Enquanto o Ministro Haddad, como “boi de piranha”, carrega o país nas costas.

A gastança do Estado brasileiro realmente parece maior do que sua capacidade de desenvolvimento. E tão importante quanto é o fato de que grande parte do déficit público talvez pudesse ser menor, não fosse o Estado assaltado por privilégios e despesas desnecessárias. Incluindo as subvenções e redução de alíquotas para os grupos de poder econômico que dominam o Congresso Nacional. Portanto, o aproveitamento da riqueza nacional por poucos em detrimento de muitos e a desigualdade social que nos aprisiona deveria impedir que acreditássemos viver em uma democracia. (06/2025/luiza)
 

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