"Toda coisa é uma janela aberta através da qual podemos investigar a sempre presente realidade”

Sri Ram

 

 

Quero te fazer um convite para imaginar a seguinte situação: você recebe uma passagem para um país totalmente desconhecido. A viagem está paga, com direito a alimentação, hospedagem, transporte e passeios programados. A única coisa que precisa fazer é arrumar as malas e partir rumo à nova aventura.

A grande questão é que, por ser um país desconhecido, você não sabe como se comunicar. Não conhece a língua falada por lá, não sabe informações importantes sobre os hábitos culturais, e tão pouco conhece a história do seu povo.

A emoção de viajar para um lugar novo é grande, mas ao chegar em terras estrangeiras começam as dificuldades: “Como me alimentar, se não sei o que significam as palavras no cardápio?”, “Como pedir um táxi, se não sei exatamente para onde vou e quais caminhos devo seguir?” e “Como entender o que as pessoas estão falando, se não compreendo sua língua?”.

A viagem torna-se um desafio, e é possível sentir-se perdido e solitário. Porém, se pensar que a viagem pode ser uma oportunidade de se abrir para o aprendizado, as coisas talvez comecem a mudar.  Aos poucos, com uma dose de aceitação de que não sabe de tudo, e com uma confiança de que é possível adquirir novos conhecimentos, poderá observar com mais profundidade a vida local.

Imagine que enquanto caminha pelas ruas se depare com um concerto a céu aberto, e a música atraia a sua atenção. Neste momento, uma conexão começa a se estabelecer com todos à sua volta, ainda que não falem a sua língua materna. Ali, a linguagem do coração possibilita a captação de uma vida que não é expressa somente em palavras.

A partir deste momento, a viagem se transforma. A música tornou-se uma chave para outras formas de comunicação, que conecta coração com coração. As pessoas começam a se mostrar mais disponíveis a ajudá-lo, e você se permite conhecer o lugar por dentro, experimentar os seus costumes, desvendar a sua riqueza cultural, e assim, a experiência torna-se mais completa. A linguagem, que antes era uma barreira, torna-se uma ponte, por meio da arte.

A viagem termina, mas as conexões não. A música tocada naquele concerto foi a chave para a compreensão da verdadeira linguagem que segue pulsando dentro e fora de você, através do coração.

 

Aline Nascimento Freitas

Professora  da Nova Acrópole 

Lago Norte/Brasília- DF

 

 

 

 

                                                                                       

 

 

 

                                                                   

    

 

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