Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Nova Acrópole: Há vida Entre as Estações

De: Nova Acrópole 
<propaganda@acropolebrasil.com.br>
Date: seg., 29 de set. de 2025 
Subject: #175 Há vida Entre as Estações
To: <
theresa.files@gmail.com>
 

 

  

  

No coração de todos os invernos vive uma primavera palpitante, e, por trás de cada noite, vem uma aurora sorridente.” 

Khalil Gibran

 

Há alguns dias recebemos, no hemisfério sul, a Primavera. Se estivéssemos no hemisfério norte teríamos recebido o Outono. Contudo, aqui no Brasil, chegou a estação das flores.

Refletindo sobre esse evento da natureza, algumas ideias surgiram. Uma delas é a de que “há Vida entre as estações”. Para os olhares atentos, que gostam de observar os ciclos naturais, o ano dividido em quatro estações é marcado por mudanças internas e externas.

Na Primavera, a Vida se mostra de forma objetiva. As flores coloridas expressam-se em Beleza e Alegria. No Verão, o calor tende a nos mover como se estivesse nos convidando para explorar tudo o que podemos ver com a clareza do Sol que se apresenta de forma mais intensa.

Já no Outono, as folhas secas caem ao chão, formando um berço de semeadura para uma Vida que ainda será cultivada. E, no Inverno, o frio de fora leva-nos a buscar novas maneiras de nos aquecermos por dentro, despertando ainda mais a nossa Vida Interior.

Esses eventos são marcados por solstícios – de Verão e Inverno, quando os dias e as noites têm durações diferentes – e equinócios, no caso da Primavera e do Outono. Porém, para olhares ainda mais atentos, é possível perceber que essas estações vão se mesclando em suas transições.

Andorinhas anunciam o retorno da Primavera bem antes do equinócio. Os ventos frescos de Outono começam antes do final de março. E o que dizer do friozinho do Inverno em maio e das chuvas de Verão que antecedem as férias de final de ano?!

A verdade mesmo é que ver a Vida através das estações oferece-nos uma maior consciência sobre o tempo e a lei dos ciclos. Porém aquele que mergulha na Vida com profundidade percebe que essas mudanças e transições são um chamado para vivermos intensamente todos os instantes, mesmo que as transformações externas estejam acontecendo o tempo todo.

O mesmo serve para o nosso dia. Podemos ver que há uma energia específica para cada parte dele. Na aurora, a Vida se apresenta de forma alegre e vibrante, os pássaros cantam e a luz irradia como se estivesse acordando os seres da Terra. Ao meio-dia, temos o ápice do brilho do Sol, acima de nossas cabeças, nos trazendo um convite para ação. Ao entardecer, a natureza vai aos poucos se cobrindo com o manto da noite, trazendo-nos a sensação de que algo em nós precisa se recolher. Por fim, na escuridão, tendo como companheiras a lua e as estrelas, fazemos uma síntese sobre o nosso dia e nos renovamos para o próximo que, em breve, nascerá.

Esses pequenos ciclos de transformações diárias são um ensaio da natureza que também se transforma ao longo das estações durante um ano. E o que fica disso tudo é que realmente “há Vida entre as estações”, pois em todos os momentos, seja do dia ou do ano, podemos estar presentes, no aqui e no agora, desfrutando da nossa vocação de eternidade. E isso é viver, trazendo consigo todas as potencialidades da Vida.

   Aline Nascimento Freitas

Aluna e Professora da Nova Acrópole

Lago Norte - Brasília/DF

                     

    

 

Podcast: A influência das estações em nossas vidas: Neste episódio, o professor José Carlos Possas e Danilo Gomes conversam sobre o sentido simbólico da ciclicidade da natureza, presente nas quatro estações do ano, mas que vai muito além das suas características astronômicas e climáticas. O ser humano é integrado à natureza, e podemos aprender muito, ao observar suas leis e a nós mesmos. 

 

Livro: O Sumiço do Rei Sol por Aline Nascimento FreitasAlgo muito estranho ocorreu no Reino dos Girassóis: em uma manhã que parecia comum, o Sol simplesmente não apareceu. Esse sumiço deixou o reino todo confuso. Os girassóis, os vaga-lumes, os pássaros e os demais seres, até mesmo as estrelas, não sabiam mais como agir sem o brilho do Astro Rei! É nesse momento de desafio que os habitantes do Reino precisam unir suas forças e desvendar o mistério de como trazer de volta a luz. Este livro é uma encantadora jornada que explora a diversidade de sentimentos e emoções, levando os pequenos leitores a uma aventura repleta de surpresas e aprendizados luminosos!

Música: AS QUATRO ESTAÇÕES - Antonio Vivaldi - Camerata FlorianópolisNeste vídeo podemos assistir à Camerata de Florianópolis, sob a regência de Jeferson Della Rocca, apresentar As quatro Estações de Vivaldi. Na “Primavera”, Antonio Vivaldi abre o Primeiro Movimento (Allegro) com um festivo tutti que anuncia a chegada da Primavera, e com ela, já no primeiro solo em três violinos, o feliz canto dos pássaros que festejam a nova estação.

“Sob a dura estação, com sol a pino, extenuam-se tanto os homens como os animais e o pinheiro arde”, neste contexto se dá início do Primeiro Movimento (Allegro non molto –Allegro) do “Verão”. Num primeiro solo de violino e violoncelo, não é difícil perceber a intenção do autor em imitar o canto do cuco e, com ele, também o canto da pomba e o rouxinol. Um novo tema orquestral representa o doce sopro de Zéfiro, mas apesar disso, o vento boreal move-se desafiante ao lado dele.

No “Outono”, pode-se sentir já no primeiro tutti e consequente solo de violino do Primeiro Movimento (Allegro), novamente um ambiente alegre, onde, segundo os sonetos de Vivaldi, o camponês celebra com festas e cantos a feliz colheita, com intenso prazer.

Os primeiros trinados do Movimento 1 (Allegro non molto), do Inverno, nos repassam a imagem de alguém tremendo sem parar sobre a neve, castigado ainda pelo severo soprar do vento cortante, anunciado já pelo primeiro solo de violino, gerando um clima de tensão que culmina no tutti orquestral, que passa a sensação do correr batendo os pés a todo o instante e no último solo do movimento, o bater dos dentes em um frio intenso. O aconchego de ficar ao fogo, quieto e satisfeito, enquanto a chuva do lado de fora a tudo banha, pode ser perfeitamente sentido não somente pelo doce e expressivo solo de violino do Movimento 2 (Largo), mas também pelo pizziccatto da orquestra imitando a chuva. O Movimento 3 (Allegro), é o único movimento rápido da obra que já começa com um solo de violino, sugerindo o caminhar sobre o gelo, a passos lentos, com medo de cair com a tentativa. O tutti seguinte expressa o caminhar com mais decisão e cair sobre a terra, novamente, ir sobre o gelo e correr forte, sem que o gelo se rompa. O tema seguinte em andamento lento e posterior a tempo num confronto entre violino e orquestra, finaliza com vigor a música, ou como Vivaldi desejou “sentir sair do céu o vento Siroco, o boreal e todos os ventos em pé de guerra. Este é o inverno, ainda assim, há nele alegria”.

 

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