Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
O verdadeiro golpe ...

A advogada Verônica Abdalla Sterman tomou posse como ministra do Superior Tribunal Militar (STM), nesta terça-feira, 30 de setembro, tornando-se apenas a segunda mulher a integrar a Corte em mais de dois séculos de existência. Não é juíza, não é militar e nunca seguiu carreira na magistratura. O que a credencia é a sua proximidade com o núcleo político do regime Lula: Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo e Geraldo Alckmin, todos clientes de sua banca.

Sterman, que sequer concluiu seu mestrado em Direito Processual Penal na USP, agora veste a toga de ministra. Sua chegada ao tribunal transformou a Justiça Militar em palco da guerra ideológica do lulismo.

O contexto torna a nomeação ainda mais grave - o STM julgará oficiais acusados de conivência no suposto “golpe de 8 de janeiro”. Ou seja, generais e coronéis, já alvos da narrativa oficial de Lula, agora estarão nas mãos de uma advogada escolhida a dedo por ele.

Esse movimento segue a linha de um projeto maior: primeiro o STF, depois o TSE, a PGR, a AGU — e agora o STM. O regime avança passo a passo, aparelhando cada instância de poder para garantir a impunidade dos aliados e a perseguição dos opositores. As instituições foram sequestradas e transformadas em braço armado do regime.

Se o regime controla a narrativa do 8 de janeiro, controla também o julgamento. Se controla o julgamento, subjuga os militares e cala qualquer possibilidade de resistência futura. É a velha tática revolucionária - usar a lei e as instituições para esmagar adversários, travestindo perseguição de “justiça”.

O Brasil vê, a olho nu, um tribunal travestido de militar, mas comandado pela política. O espaço destinado à proteção da hierarquia virou arma da guerra ideológica de Lula. E os militares, ao aceitarem isso passivamente por décadas, tornaram-se cúmplices da própria humilhação.

O regime domina todas as instituições e capturou também o último reduto - a Justiça Militar, assumindo sua hegemonia. A nomeação de Verônica Sterman não é uma escolha aleatória para cumprir cotas femininas; é um recado claro do que virá adiante e de quem realmente dita as ordens - ilegais.

Texto de Karina Michelin
 

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