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LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO: AS BULAS E EU!

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De: LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO <luizaccardoso@gmail.com>
Date: seg., 10 de nov. de 2025
Subject: bulas
AS BULAS E EU!
Ok! Sinceramente? É uma relação estranha,
perigosa, amedrontadora. Nunca me convenci
realmente de que as bulas são unicamente para
uso médico. Pois é de supor que quando um médico
receita um medicamento, ele sabe exatamente
todas as formas e objetivos de seu uso. No
mínimo, se aprofundou nos conhecimentos
necessários para saber em quem usar e como.
Deste modo, bula é também para nós, pacientes.
Na medida de nossa curiosidade e capacidade de
compreendê-la. Quando tinha meus filhos pequenos
era um sofrimento ler cada bula e saber dos
efeitos colaterais que poderiam advir do uso do
remédio.
O fato é que o médico não é um mágico ou um
infindável poço de conhecimentos.
Particularmente, é possível haver uma certa
limitação do seu saber em relação a cada
paciente quanto: às características do organismo
e sua relação com a saúde, a particularidade da
reação diante da doença, os problemas físicos
que podem interferir ou serem diretamente
afetados pela substância estranha com a qual o
organismo entrará em contato. Assim, em parte
influenciada por certo pessimismo e a
necessidade de me fazer mais consciente quanto
ao tratamento, faço questão de ler a bula. De
frente para trás, de cima para baixo. E
vice-versa.
Entendo tudo? A maior parte. Porque exceto as
palavras mais técnicas, grande parte da bula diz
respeito ao que contém o remédio, o objetivo da
medicamentação, efeitos colaterais. Estes
requerem minha atenção especial. Além das
contraindicações. Assim, muitas vezes recebi
medicamentos que não eram indicados para
asmáticos. E sou um deles. Depois de muitos anos
sem nenhum sinal da doença, passo agora a ter
cansaço de asma ao final do dia. Embora em mais
reduzida intensidade e os quais tenho uma certa
tendência a relacionar aos remédios para
diminuir a pressão arterial.
Enfim, poderíamos estar menos atentos em relação
à leitura das bulas? Não servem para nada?
Continuo acreditando que são uma fonte de boa
informação para nós pacientes. E, com as devidas
desculpas, nem em Emergência de hospital, que
quase não frequento, tenho tranquilidade de
tomar remédios sem saber o que estou tomando e
totalmente ignorante dos efeitos colaterais que
possam causar. Às vezes, penso que o
conhecimento sobre o corpo do paciente e suas
reações seria de boa ajuda para o médico. Pois
não somos iguais. Cada um de nós tem uma
realidade específica. Que sofrerá a
interferência de substância estranha. E reagirá
com a obtenção da saúde e de efeitos colaterais
também. Por exemplo, algumas reações que podem
ocorrer em relação a um medicamento que estou
tomando agora e que podem afetar entre uma a dez
pessoas: complicações da doença do olho
diabético, reações alérgicas graves, pancreatite
aguda e obstrução intestinal. Fora as náuseas e
vômitos. O remédio para pressão arterial que
tomo diariamente pode causar, entre outras
reações: dor de cabeça, tontura, cansaço e
inchaço. Os efeitos colaterais menos comuns
foram: erupções cutâneas, vermelhidão na pele e
palpitação. Palpitação? Mas não é ela um dos
problemas que quero evitar com a pressão alta?
Alguns dirão: que tal pensar mais nos efeitos
positivos que o medicamento poderá trazer para a
sua saúde? Sem dúvida. Mas confesso que não
consigo passar indiferente, sem atenção e
preocupação, com as contraindicações e os
efeitos colaterais. Sei que, provavelmente, a
maior parte deles não aparecerá. Mas estou
sempre atenta. Para quem não tem, por exemplo, a
vesícula e o fígado deve estar meio capenga pela
idade avançada, não deve ser fácil para o
organismo ingerir um remédio que o prejudique. E
assim por diante.
Com esta minha atitude, sei que carrego o peso
da preocupação e da angústia, não só diante da
doença, mas da prescrição médica também. E não é
por falta de confiança no médico. Mas da
consciência de que é impossível para ele
conhecer totalmente meu organismo e seu
funcionamento. Consequentemente, como serão as
reações possíveis ao medicamento. Sabendo que
eles contam com as possibilidades e possuem
conhecimento, tempo e determinação quanto à
prescrição da receita. Eles veem a necessidade e
procuram uma solução. E nós lemos a bula e o
mundo de informações relevantes que ela
descortina. O que nos torna mais conscientes
quanto ao tratamento. Ou, mais ansiosos. Vai
depender da neurose e dos traumas de cada um.
(11/2025/luiza). |
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