Theresa Catharina de Góes Campos

 
Amanhã não existe
Letícia Thompson
 
Domingo eu assisti a um filme na tv onde uma mulher chegava apressada ao hospital, porque tinha recebido uma chamada urgente. Uma outra mulher tinha sofrido um acidente e o único número que estava na sua bolsa era aquele. A enfermeira explicou à mulher o que aconteceu e perguntou quem ela era. Ela respondeu que era a filha da senhora. Então, a enfermeira disse: quando chegou aqui, ela mandou dizer que te ama muito. E a mulher pediu então para falar com a senhora e a resposta foi que não era possível, pois ela tinha morrido logo a seguir. E a mulher disse então que fazia dez anos que não falava com sua mãe. Agora era tarde...
 
São situações assim, penso que colocadas de propósito em certos filmes, que nos ensinam a fragilidade da vida e dos nossos relacionamentos, ou da maneira como lidamos com eles. Conservamos em nós mágoas que nos separam, nos impedem de estar com o outro, preferimos nunca perdoar do que ter que nos curvar e dar a mão. Preferimos, mesmo que seja absurdo, a dor da separação, da distância e muitas vezes da solidão, que abandonar o coração ao maior dos sentimentos, que a entrega total ao outro. Pensamos que a outra pessoa será eterna, talvez, que amanhã, quem sabe, tomaremos uma atitude. Mas o que é o amanhã senão uma miragem que não se torna palpável que quando estamos mergulhada nela? Há uma realidade que ninguém pensa: o "amanhã" não chega pra todo mundo. Não há idade, classe social, cor, raça, nacionalidade. Hoje sim, nos pertence.
 
Quantas pragas foram precisas ao Faraó para que o povo fosse libertado do Egito? Quantas pragas nosso coração deverá ainda suportar para que esteja menos endurecido, mais aberto, mais receptivo?
 
É preciso acolher o hoje com os braços abertos e olhos agradecidos, porque era o amanhã de ontem e que ainda estamos aqui. E é preciso aproveitar esse instante para recolar os relacionamentos quebrados, pedir perdão, conceder perdão, apertar mãos, sentir o calor de um abraço de verdade, antes de saber se o amanhã vai chegar ou não. Não podemos esperar o amanhã para consertar coisas, porque ele pode nunca chegar e teremos que caminhar mancos para o restante das nossas vidas.
 
O assunto não é novo, mas é sempre importante falar sobre isso:
 
 
Agradeço ainda o carinho de todos vocês, os que acabaram de chegar, que se sintam em casa. Obrigada pelas visitas, divulgação, apoio e compreensão quando fico um pouco ausente.
 
Reflitam sobre o texto e se vocês acham que o coração está velho demais para isso, endurecido demais, o Senhor nos promete um coração novo. E o que Ele promete, cumpre.
 
Tenham uma linda e serena noite, cheia de bênçãos Divinas!...
 
Até a próxima, se o Senhor permitir!
 
Abraço carinhoso e cheio de ternura!
Letícia
 

Jornalismo com ética e solidariedade.