Theresa Catharina de Góes Campos

  EXERÇA OS SEUS  DIREITOS  NAS  FILAS  DOS  BANCOS

From: ana.valpacos
Date: 05/04/2007 14:05


Vivi hoje uma experiência que confirmou uma suspeita.

Há cerca de um mês eu entrei no Banco (...) para fazer um pagamento e, quando vi o tamanho da fila, pensei: "vou ficar horas aqui dentro." Foi quando me lembrei de repente da Lei que entrou em vigor no Brasil, que regula o tempo máximo de espera em fila bancária. Salvo engano, são 20 minutos em dias normais, e 30 em dias de pagamento de pensionistas do INSS. Assim sendo, solicitei a um funcionário a senha com o horário de entrada na fila, pois se o tempo excedesse eu encaminharia o papelucho para a Prefeitura multar o Banco.

Entrei na fila, e notei que de repente aquele apito que sinaliza caixa desocupado, começou a tocar com maior freqüência, e a fila foi diminuindo rapidamente. Quando cheguei ao caixa ele solicitou a senha, para autenticar, e eu fiquei intrigado.  No meio de tantos clientes, como ele sabia que a senha estava comigo????

Examinei então os dois horários, entrada e saída e constatei... Foram 17 minutos de fila. Ótimo!!! Eu esperava ficar mais de uma hora. Achei que, quando eu pedi a senha, o gerente colocou mais caixas e o atendimento fluiu rapidamente. Hoje, fui novamente ao mesmo Banco e dei de cara com a mesma fila imensa. Não tive dúvida. Procurei um funcionário e pedi a senha. Ele, fazendo cara de #####, perguntou:"Que senha??? Não tem senha. Entre na fila".

Eu insisti. Ele disse que não sabia de senha nenhuma... Procurei os caixas e notei uma plaquetinha discreta que dizia: "Se necessitar senha, solicite ao caixa". Pedi a senha ao caixa, e ele fez outra cara de ###### e disse: "que senha?" Parece que os funcionários já estão treinados a não fornecer a senha.  Então eu exigi: "a senha que diz o horário que eu entrei na fila. É lei...."

O caixa, meio contra vontade, forneceu a senha e eu entrei na fila. No início continuou lenta, quase não andava. De repente, o mesmo fenômeno: começou a apitar que não parava mais, e a fila foi rapidamente diminuindo. Quando cheguei ao caixa, desta vez não foi surpresa, ele pediu a senha pra autenticar, e após a autenticação, ele se virou para uma senhora que circulava por trás dos caixas, com cara de gerentona, e, em resposta à pergunta dela de ..."e aí ?? tudo bem???" o caixa respondeu: "BELEZA"  Matei a charada...."BELEZA" foi a constatação que o caixa fez. Fui atendida em 14 (quatorze) minutos. E a gerentona então deu um sinal que eu entendi que seria para alguns dos caixas voltarem para os locais de onde foram retirados para atender ao público.

MORAL DA HISTÓRIA - Existe, sim, um número suficiente de funcionários, nos Bancos, para atender dignamente o público, porém eles são desviados para outras funções mais lucrativas, tais como vender seguro por telefone, enquanto os idiotas dos clientes ficam na fila. Esta aqui não fica mais... Cada vez que entrar em um banco, eu peço a senha com o horário. Vamos lutar por esse direito obtido. Não sejamos bobos... É só a gente divulgar e insistir para a lei pegar.

EM TEMPO: OS BANCOS RECORRERAM AO SUPREMO PARA FICAREM FORA DA LEI DE DEFESA DO CONSUMIDOR E ESSE PROCESSO SE ARRASTA HÁ 5 ANOS NO TRIBUNAL.
ANA VALPAÇOS
 

Jornalismo com ética e solidariedade.