O advento de Bento XVI ao Brasil no mês dos Dia das Mães não foi por acaso. Paira no ar um misto de perplexidade quando um País considerado, em sua maioria, cristão-católico, traz à lume temas relacionados ao aborto e nos faz refletir sobre a missão materna, sobre a dissolução dos costumes, da ética, da moral, de tudo que deveria alicerçar a dignidade da mulher, dignidade que é desprezada e lançada fora.

A missão materna é quase  uma tarefa divina: formar em nós a personalidade depois que, por ela, recebemos a vida. Gerar um homem e fazê-lo crescer em sabedoria e graça, tornando-se digno de refletir em sua pessoa a imagem daquele que nos fez à sua semelhança. Obra quase divina.

Missão de amor e de coragem, sobretudo, em nossos dias, quando a maternidade é atingida em sua essência pelas mais esdrúxulas justificativas atentatórias contra a vida que desabrocha em seu seio. Exalta-se o prazer irresponsável. Cria-se e difunde-se uma falsa filosofia existencial que, a pretexto de afirmar a liberdade da mulher dispor do seu próprio corpo, mata-se um indefeso ou se impede a sua geração. Tenta-se também justificar o aborto pela miséria que campeia e que se pretende eliminar matando-se os comensais, em lugar de multiplicar os lugares à mesa.

Certamente deve vir aí um plebiscito sobre a legalização do aborto, como se a vontade da maioria pudesse decidir sobre o direito à vida de um ser indefeso. Há uma ordem social injusta, refletida no abandono dos que nada têm, dos que precisam de um emprego para se sustentar, de tantas mães e crianças abandonadas. Não podemos cruzar os braços e curvar-nos diante do mal. Cabe-nos atitude responsáveis de cristãos. Sede fortes, mães, no amor e, com firmeza, eduquem-nos para que, com dignidade,saibamos retribuir todo o seu carinho.