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													TROPA DE 
													ELITE 
													 
													Embora seja um relato bom, 
													honesto, até mesmo corajoso, 
													endereçado ao exterior, 
													sobre a guerra que se trava 
													há longos anos entre a 
													polícia e os traficantes de 
													drogas nas favelas cariocas, 
													o filme Tropa de Elite, 
													de José Padilha, não chega a 
													empolgar por causa de sua 
													inapropriada formulação em 
													termos de linguagem 
													cinematográfica, sem 
													dinâmica própria, quase 
													documental, apoiada numa 
													narrativa em off , 
													que interrompe a todo tempo 
													a ação. 
													 
													Mas, como se deve observar, 
													o trabalho de direção de 
													Padilha, calcado, como 
													evidenciam algumas 
													seqüências, no clássico 
													Nascido para Matar, de 
													Stanley Kubrick, do qual 
													chega a fazer até mesmo 
													tímida citação nos escombros 
													de uma favela, é promissor, 
													tanto no que diz respeito à 
													composição de planos – com o 
													apoio da bela fotografia de 
													Lula Carvalho - e de cenas, 
													como na orientação dos 
													atores, que, sob seu 
													comando, apresentam 
													interpretações homogêneas, 
													sem os vícios e cacoetes da 
													televisão. 
													 
													O filme, inspirado no livro
													Elite da Tropa, de 
													Luiz Eduardo Soares, André 
													Batista e Rodrigo Pimentel, 
													retrata, sob a ótica do 
													protagonista, que é também o 
													narrador, Capitão Nascimento 
													(Wagner Moura), comandante 
													do Bope – Batalhão de 
													Operações Especiais da 
													Polícia Militar do Rio de 
													Janeiro – aspectos da 
													violência urbana carioca 
													datada de 1997, quando ele 
													tinha sob suas ordens 100 
													soldados, enquanto a polícia 
													dita convencional, 
													despreparada e corrupta, 
													segundo seus dizeres, era 
													constituída de 30 mil 
													homens. 
													 
													- Se não existisse o Bope, 
													– ele afirma – os 
													traficantes já tinham há 
													muito tomado conta do Rio de 
													Janeiro. 
													 
													Quando se inicia a 
													película, o Capitão 
													Nascimento, ao mesmo tempo 
													em que comanda operação de 
													ataque noturno a uma favela 
													no alto de um morro, fala ao 
													celular, numa voz doce e 
													macia, como qualquer 
													policial do cinema 
													americano, com a mulher 
													Roberta (Fernanda de Freitas 
													), perguntando pelos 
													movimentos, no ventre dela, 
													do filho que está para 
													nascer. Depois de assim 
													fazer a figuração de marido 
													exemplar, ele começa, em 
													off, a dizer poucas e 
													boas de sua profissão de 
													policial, lembrando que, na 
													época, ante a perspectiva do 
													nascimento do filho, andava 
													de pavio curto, ansioso por 
													encontrar um substituto para 
													atuar no comando do Bope  
													porque não queria morrer. 
													 
													Prosseguindo em off, 
													Nascimento procura traçar um 
													quadro da triste realidade 
													da Polícia Militar carioca, 
													que, como muitas repartições 
													públicas brasileiras, é uma 
													anarquia, desaparelhada para 
													qualquer eventualidade, onde 
													existe sempre uma silenciosa 
													conspiração de funcionários 
													mal remunerados para que 
													nada dê certo, como nos 
													postos de saúde, nos 
													hospitais públicos, no INSS, 
													etc, etc. É a calamidade 
													nacional que todos estamos 
													fartos de conhecer, mas que, 
													pelo filme, precisa também 
													ser conhecida no exterior. 
													 
													Para que o Capitão 
													Nascimento continue com o 
													seu amargo sermão sobre as 
													agruras burocráticas da 
													polícia, o roteiro, 
													esquemático, elaborado por 
													Padilha em colaboração com 
													Rodrigo Pimentel e Bráulio 
													Mantovani, destaca, por meio 
													de subtítulos que se fixam 
													demoradamente na tela à 
													maneira dos filmes de 
													Quentin Tarantino, dois 
													policiais idealistas, amigos 
													desde a infância, puros, 
													ingênuos, mas, apesar disso, 
													integrantes do Bope: Neto 
													(Caio Junqueira) e André 
													Matias (André Ramiro). Cada 
													um deles enfrenta à sua 
													maneira a dura sina de ser 
													policial na ex-Cidade 
													Maravilhosa, hoje 
													assoberbada pela existência 
													de mais de 700 favelas 
													incrustadas nos morros que a 
													rodeiam, dominadas pelo 
													tráfico de drogas. 
													 
													Assim, Neto, designado, como 
													o foi, para recuperar 
													carros, que se acham 
													encostados como 
													imprestáveis, na oficina do 
													quartel da polícia, de gênio 
													um tanto impetuoso e 
													impulsivo, não vê qualquer 
													problema, como alguns 
													elementos integrantes da 
													notável equipe presidencial, 
													em extorquir dinheiro do 
													jogo do bicho para botar as 
													viaturas funcionando a 
													contento do seu superior, 
													Capitão Fábio (Milhem Cortaz). 
													Para justificar o ato do 
													soldado, Nascimento diz, em
													off, que é o sistema, 
													jogando contra o próprio 
													sistema. Tudo, como se 
													depreende, na boa 
													promiscuidade de sempre da 
													sociedade brasileira. 
													 
													Por sua vez, André Matias, 
													segundo Nascimento, é 
													inteligente e dedicado. 
													Mas – ele comenta – 
													preto que nasce pobre no 
													Brasil não tem lugar na vida 
													. Matias, porém, tem um 
													ideal, que fica longe do Rio 
													de Janeiro. Ele quer se 
													formar em Direito e se 
													especializar na área 
													criminal e possivelmente ir 
													viver distante da cidade. Na 
													faculdade, entretanto, ele 
													omite dos colegas, gente boa 
													da alta burguesia carioca, 
													viciada em maconha, o fato 
													de ser policial e, meio 
													caído de beiços por uma 
													moçoila, Maria (Fernanda 
													Machado), se deixa levar por 
													ela a participar de uma 
													corrupta ONG, que a despeito 
													de ajudar criancinhas da 
													favela, promove, na verdade, 
													o tráfico de drogas no meio 
													da estudantada, a qual, por 
													sua vez, abomina os que em 
													tese são defensores da lei. 
													 
													A fase mais dura do filme, 
													que lembra Kubrick, é a que 
													vem em seguida, na qual, 
													para selecionar quem será 
													seu substituto, o Capitão 
													Nascimento abandona o seu 
													jeito manso de narrador da 
													história para mostrar sua 
													face verdadeira, a de um 
													torturador cruel, tanto de 
													traficantes de drogas para 
													que entreguem os 
													companheiros, como de 
													soldados que ele deseja 
													eliminados da corporação. 
													Apesar disso, fica cheio de 
													melindres, sob falsa crise 
													de consciência, depois que 
													recebe a mãe de um 
													fogueteiro, uma nova 
													Antígona, pedindo para 
													enterrar o filho, que ele 
													matara durante uma batida no 
													morro na noite anterior. 
													 
													É como torturador e 
													assassino, portanto, que o
													Dirty Nascimento, 
													como também poderia ser 
													chamado, se realiza até 
													sexualmente, conforme bem 
													sugere o filme de Padilha. 
													Tanto assim, que depois de 
													uma arrasadora sessão de 
													tortura com saco plástico ou 
													de esbofetear por várias 
													vezes seus subordinados, 
													como o Tenente Neto, no 
													estertor do gozo, ele chega 
													a casa aos gritos com a 
													mulher, dizendo-lhe: Não 
													fale mal da minha profissão 
													que eu a escorraço desta 
													casa!...Tudo aqui é meu. Só 
													meu!... 
													 
													Em suma, Tropa de 
													Elite, de José Padilha, 
													embora seja um bom relato, 
													honesto e corajoso sobre a 
													guerra urbana que se trava 
													há anos, sem solução, no Rio 
													de Janeiro, não chega a 
													empolgar por causa de sua 
													inadequada linguagem 
													cinematográfica, sem 
													dinâmica própria que mais 
													parece documentário sobre as 
													condições de funcionamento 
													da Polícia Militar do Rio de 
													Janeiro. Mas o filme revela, 
													sem dúvida, um cineasta de 
													talento, José Padilha, que 
													compõe bem os planos e as 
													cenas e, além disso, sabe 
													orientar atores de forma que 
													apresentem um trabalho 
													homogêneo sem os vícios da 
													televisão. É um filme, 
													portanto, que precisa ser 
													visto!... 
													 
													REYNALDO DOMINGOS FERREIRA 
													ROTEIRO, Brasília, Revista 
													
													
													
													www.theresacatharinacampos.com 
													
													
													www.arteculturanews.com 
													
													
													www.noticiasculturais.com 
													
													
													
													www.politicaparapoliticos.com.br 
													
													
													
													
													cafenapolitica.blog.br 
													FICHA 
													TÉCNICA 
													TROPA DE ELITE 
													
													Brasil/2007 
													Duração – 118 minutos 
													Direção – José Padilha 
													Roteiro – Rodrigo Pimentel, 
													Bráulio Mantovani e José 
													Padilha 
													Produção – José Padilha e 
													Marcos Prado 
													Música – Pedro Bromfman 
													Fotografia – Lula Carvalho 
													Edição – Daniel Rezende 
													Elenco – 
													Wagner Moura (Capitão 
													Nascimento), Caio Junqueira 
													(Neto), André Ramiro (André 
													Matias), Milhem Cortaz 
													(Capitão Fábio), Fernanda de 
													Freitas (Roberta), Fernanda 
													Machado (Maria), Thelmo 
													Fernandes (Sargento Alves), 
													Maria Ribeiro (Rosane)  
											 
										 
										 
										
										NOTA DA EDITORA 
										 
										From: 
										Theresa Catharina de Goes Campos 
										Date: 11/10/2007 12:10 
										Subject:Re: TROPA DE ELITE 
										To: REYNALDO FERREIRA 
										 
										Estimado Reynaldo: 
										 
										Agradeço o seu excelente texto, realista 
										e bem informativo, sobre o filme Tropa 
										de Elite. 
										Vou enviar ao Walter, com prioridade 
										máxima, para a atualização dos meus 
										sites neste fim de semana. 
										(...) 
										 
										Devo lhe confessar, entretanto, que esta 
										sua amiga já não tem mais saúde física 
										nem mental para assistir a um filme como 
										Tropa de Elite. Mas estou lendo todas as 
										matérias divulgadas na imprensa e vejo os 
										trailers (confesso, também, que assisto 
										aos trailers porque sou obrigada, ao me 
										encontrar nas salas de cinema para a 
										exibição de outros filmes...). E lendo 
										os jornais, ouvindo o rádio, assistindo 
										aos noticiários televisivos, portanto, 
										tentando me informar sobre o dia-a-dia 
										de IRRESPONSABILIDADE, INSEGURANÇA e 
										ABANDONO TOTAIS que nós vivemos no 
										Brasil, já me sinto bastante assustada. 
										 
										Para sobreviver, sem me desesperar, 
										preciso conservar a Esperança e a Fé nas 
										pessoas de bem. São o ar que eu respiro! 
										 
										Abraços cordiais, 
										Theresa Catharina  
										
										VER TAMBÉM O FILME " Ônibus 174 " -
										
										www.onibus174.com.br 
										 
										QUEM USA DROGAS PROMOVE A VIOLÊNCIA. 
										QUEM COMPRA DROGAS FINANCIA A VIOLÊNCIA.
										 
										O TRÁFICO DE DROGAS É CRIME. DESTRÓI 
										PESSOAS E FAMÍLIAS.  
								 
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