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												.jpg) A 
												pioneira da natação brasileira, 
												Maria Lenk, morreu nesta 
												segunda-feira, no Rio de 
												Janeiro. Primeira mulher 
												brasileira e sul-americana a 
												competir em uma Olimpíada, ela 
												tinha 92 anos e sofreu um mal 
												súbito quando treinava no Clube 
												de Regatas do Flamengo. 
												Encaminhada ao hospital Copa D'Or, 
												no bairro de Copacabana, Maria 
												Lenk não resistiu. 
												O boletim médico 
												assinado por Marcelo Franco, 
												gerente médico da emergência, 
												informa que Maria Lenk chegou ao 
												hospital com "alteração do nível 
												de consciência, insuficiência 
												respiratória e quadro compatível 
												com choque circulatório." 
												Exames 
												complementares apontaram um 
												aneurisma e, durante a 
												preparação para a cirurgia de 
												emergência, a nadadora teve 
												parada cardíaca, morrendo às 13 
												horas. 
												No último dia 12 
												de fevereiro deste ano, Maria 
												Lenk foi homenageada pelo 
												Prefeito do Rio de Janeiro, 
												César Maia, que deu seu nome 
												para o novo Parque Aquático que 
												vem sendo construído no 
												autódromo do Rio de Janeiro para 
												receber as provas de natação, 
												nado sincronizado e saltos 
												ornamentais nos Jogos 
												Pan-Americanos. 
												Em 2004, Lenk 
												recebeu o troféu Adhemar 
												Ferreira da Silva, na cerimônia 
												de entrega do Prêmio Brasil 
												Olímpico, destinado aos melhores 
												atletas do ano. Com a morte da 
												nadadora, o Comitê Olímpico 
												Brasileiro (COB), decretou luto 
												oficial de três dias. 
												"Felizmente 
												pudemos homenageá-la ainda em 
												vida, com a entrega do Troféu 
												Adhemar Ferreira da Silva, e 
												recentemente ficamos muito 
												felizes com a homenagem que a 
												Prefeitura do Rio fez ao dar o 
												nome de Maria Lenk ao Parque 
												Aquático da Cidade dos Esportes, 
												que será o palco da natação, dos 
												saltos ornamentais e da natação 
												sincronizada durante os Jogos 
												Pan-americanos. Este é um 
												momento de luto para todos nós", 
												disse o presidente do COB, 
												Carlos Arthur Nuzman. 
												Trajetória 
												Filha de alemães 
												que imigraram para o Brasil em 
												1912, Maria Emma Hulga Lenk 
												nasceu em 15 de janeiro de 1915, 
												em São Paulo. Aos 17 anos, 
												tornou-se a primeira mulher 
												brasileira a integrar uma 
												delegação olímpica, nos Jogos de 
												Los Angeles-1932. Nas Olimpíadas 
												seguintes, em Berlim-1936, ela 
												estava de volta, desta vez 
												acompanhada por mais três 
												nadadoras. 
												O pioneirismo não 
												ficou restrito às Olimpíadas. 
												Ela também bateu o primeiro 
												recorde mundial para o Brasil, 
												foi a primeira a nadar 
												borboleta, aplicando o estilo ao 
												nado peito, prova que disputou 
												nos Jogos de Berlim - o nado 
												borboleta só foi introduzido nos 
												Jogos Olímpicos de Melbourne, em 
												1956 - e foi a primeira a trazer 
												o nado sincronizado para o país. 
												Em 1942 ajudou a fundar a Escola 
												Nacional de Educação Física, da 
												Universidade do Brasil, atual 
												UFRJ. 
												Seu auge foi no 
												final da década de 30, quando se 
												preparava para os Jogos 
												Olímpicos de Tóquio. O 
												cancelamento das Olimpíadas, por 
												causa da Segunda Guerra Mundial, 
												foi a maior decepção da atleta. 
												De qualquer 
												forma, em 1939, ela havia batido 
												os recordes mundiais dos 200 e 
												400m peito, tornando-se a única 
												nadadora sul-americana 
												recordista mundial. O recorde 
												dos 400m peito, 6min15s80, foi 
												registrado em 11 de outubro 
												daquele ano, na piscina do 
												Botafogo. No mês seguinte, Lenk 
												nadou 2min56s90 na piscina do 
												Fluminense. 
												A expectativa de 
												uma medalha olímpica foi 
												frustrada com a interrupção das 
												Olimpíadas durante a Segunda 
												Guerra Mundial. Lenk deixou a 
												carreira em 1942, mas não 
												abandonou o esporte. Além da 
												carreira acadêmica, ela escreveu 
												vários livros sobre natação e 
												voltou a competir, na categoria 
												masters. 
												Em sua faixa 
												etária, ela detém os recordes 
												mundiais em três provas de nado 
												peito, em piscina longa (50 
												metros). É a mais rápida nos 
												50m, com 1min26s91, nos 100m, 
												com 3min12s88, e nos 200m, com 
												6min57s76. 
												A brasileira 
												entrou para o Hall da Fama da 
												Federação Internacional de 
												Natação (Fina) em 1988. No mesmo 
												ano, foi homenageada com o "Top 
												Ten" da Fina por ser uma das dez 
												melhores atletas masters 
												(masculino e feminino) de 
												natação no mundo. 
												Confira 
												
												entrevista 
												que a nadadora concedeu à 
												revista "Aventuras na História", 
												75 anos depois de ter sido a 
												primeira brasileira a ter 
												competido nos Jogos Olímpicos. 
												No bate-papo, 
												Maria Lenk disse que "não 
												conseguia passar um dia sem 
												nadar". Seguia uma rotina diária 
												na piscina. Todas as manhãs, 
												durante uma hora, a paulistana 
												que adotou o Rio nos anos 30 
												percorria cerca de 2 quilômetros 
												na piscina do Flamengo. 
												Fonte: UOL 
												Esporte / Foto: Divulgação |