INDIANA JONES E 
											O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL
											
											Em Indiana Jones e o Reino da 
											Caveira de Cristal, Steven 
											Spielberg inicia - no quarto 
											episódio da série - o processo 
											sucessório na dinastia dos Jones, 
											narrando, com brilhantismo de 
											linguagem e apropriado uso de 
											soberbos efeitos especiais, uma 
											aventura do herói ambientada nos 
											anos cinqüenta, no auge da Guerra 
											Fria.
											
											Como destaca Spielberg, não se 
											trata de melhorar a série, mas de 
											mantê-la viva, razão pela qual, 
											como se deduz, Indiana Jones (Harrison 
											Ford) descobre que tem um filho, 
											Mutt Williams (Shia LaBeouf), um 
											jovem rebelde, como os dos anos 
											cinqüenta, que, apesar de desprezar 
											o arqueólogo, lhe faz proposta 
											tentadora de partirem ambos em busca 
											da Caveira de Cristal de Akator, 
											lendário objeto de fascinação, 
											superstição e medo.
											
											Para narrar essa nova aventura de 
											Indiana Jones - antes que ele 
											transfira em definitivo o chapéu ao 
											filho – Spielberg se apóia no 
											roteiro bem estruturado, mas de 
											diálogos por demais simplórios, de 
											Jeff Nathanson, George Lucas, Philip 
											Kaufman e David Koepp e, na estética 
											de filmes famosos dos anos 
											cinqüenta, como O Selvagem, 
											de Laslo Benedek, que marcou a 
											carreira de Marlon Brando, no papel 
											de Johnny Strakler.
											
											Como os seguidores de Indiana 
											preferem não conhecer de forma 
											antecipada detalhes  da história, 
											conforme observa seu genial criador, 
											as indicações que devem ser dadas, 
											ao se comentar o filme - como 
											procurarei fazer - se referem não ao 
											núcleo da aventura propriamente 
											dita, repleta de lances 
											extraordinários, mas apenas aos 
											elementos periféricos, que ensejam a 
											procura dela.
											
											Assim, nos instantes iniciais, há 
											uma seqüência no deserto, de ritmo 
											intenso, que se passa em 1957, 
											animada pela música de Elvis Presley, 
											em que Indiana e seu ajudante Mac 
											(Ray Winstone), de personalidade 
											dúbia, escapam  por um triz de um 
											indesejável e mais prolongado 
											confronto, num campo de pouso, no 
											interior dos EUA, com agentes 
											soviéticos, liderados pela fria, mas 
											bela espiã Irina Spalko (Cate 
											Blanchett).
											
											É na volta do professor Jones à 
											Universidade Marshall – já pontuando 
											a música de John Williams, a qual 
											seguirá a narrativa – que Spielberg 
											deixa evidente em três cenas que o 
											jogo é o sucessório: na primeira, 
											quando, à noite, um carro estaciona 
											junto a uma calçada, o chapéu cai ao 
											chão e Indiana o apanha; na segunda, 
											quando, em seu escritório, o 
											professor fala do pai (Sean Connery), 
											olhando sua foto, colocada no 
											porta-retrato sobre a mesa e, na 
											terceira, quando, na capela, o 
											chapéu volta a cair, pela última vez 
											– são várias durante o filme -, Mutt 
											Williams o apanha, mas é impedido, 
											por enquanto, de colocá-lo na 
											cabeça, pelo pai, Indiana.
											
											Na Universidade, o professor Jones é 
											alertado pelo reitor Dean Stanforth 
											(Jim Broadbent) de que sua 
											fracassada atuação, no campo de 
											pouso, contra os agentes soviéticos 
											lhe poderia custar a demissão da 
											escola, uma vez que se tornara alvo 
											de suspeita do governo americano. Ao 
											deixar a cidade, entretanto, o 
											professor conhece o jovem Mutt, que 
											lhe faz a proposta de partirem ambos 
											para o Peru a fim de conhecerem um 
											dos maiores achados arqueológicos de 
											todos os tempos: a Caveira de 
											Cristal de Akator. Mas, ao chegarem 
											num dos recantos mais remotos do 
											país sul-americano, os dois vão ter 
											não uma, mas diversas surpresas!... 
											É quando realmente começa a 
											aventura.
											
											O filme, como se há de reconhecer, 
											é, antes de tudo, produto de um 
											trabalho conjunto de dois excelentes 
											profissionais da indústria 
											cinematográfica, Steven Spielberg, 
											diretor, e George Lucas, um dos 
											roteiristas e produtor, que se 
											estimam e se respeitam há 41 anos, 
											desde que se conheceram em 1967, 
											coisa difícil de acontecer num meio 
											tão competitivo. Mas é também 
											resultante do empenho de um ator, 
											Harrison Ford, que embora tenha 
											feito outros trabalhos sérios ao 
											longo de sua carreira, é, sem 
											dúvida, na pele de Indiana Jones que 
											passará para a história do cinema. 
											Como Indiana, ao que se percebe, 
											Ford não só interpreta, como também 
											se diverte muito.
											
											Além de Ford, que, apesar da idade, 
											se mostra ainda ágil nas cenas de 
											intensa movimentação, e  também 
											vigoroso, tanto para bater, como 
											para apanhar, e muito, destaca-se 
											Shia LaBeouf, o qual desponta como 
											herdeiro eleito do chapéu de 
											Indiana. Embora o ator tenha 
											desempenho notável nas seqüências 
											que mais lhe exigem destreza e 
											capacidade de acompanhar o herói, 
											falta-lhe, a meu ver, empatia para 
											enfrentar o papel, talvez até mesmo 
											por uma questão de amadurecimento, 
											já que em relação a Ford, ele é 
											ainda muito novo. Com exceção de 
											Cate Blanchett – que poderia muito 
											bem ter ficado sem incluir a 
											ridícula agente Irina Spalko em sua 
											respeitável filmografia – todos os 
											demais integrantes do elenco estão 
											bem, até mesmo Karen Allen, parceira 
											de Indiana no primeiro episódio da 
											série, que interpreta o papel de 
											Marion Ravenwood, mãe de Mutt 
											Williams.
											
											Em suma, Indiana Jones e o Reino 
											da Caveira de Cristal, pelo que 
											pretenderam seus realizadores, 
											Steven Spielberg, diretor, e George 
											Lucas, um dos roteiristas e 
											produtor, corresponde, em muito bom 
											nível - principalmente por sua 
											suntuosa ambientação - ao objetivo 
											de manter viva a série, uma das mais 
											prestigiadas da história do cinema. 
											Tanto assim que esse quarto episódio 
											arrecadou, na primeira semana de 
											exibição nos EUA, 126 milhões de 
											dólares. É filme que, embora não 
											emocione, diverte muito aos 
											apreciadores do gênero. Vale a pena, 
											portanto, conferir.
											
											REYNALDO DOMINGOS FERREIRA
											ROTEIRO, Brasília, Revista
											
											
											www.theresacatharinacampos.com
											
											
											www.arteculturanews.com
											
											
											www.noticiasculturais.com
											
											
											www.politicaparapoliticos.com.br
											
											
											cafenapolitica.blog.br
											
											FICHA TÉCNICA
											INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA 
											DE CRISTAL
											INDIANA JONES AND THE KINGDOM OF 
											THE CRYSTAL SKULL
											
											EUA/2008
											Duração – 122 minutos
											Direção – Steven Spielberg
											Roteiro – Jeff Nathanson, George 
											Lucas, Philip Kaufman e David Koepp
											Produção – George Lucas e Frank 
											Marshall
											Fotografia – Janusz Kaminski
											Música  - John Williams
											
											Elenco – Harrison Ford (Indiana 
											Jones), Cate Blanchett (Agente Irina 
											Spalko), Shia LaBeouf (Mutt 
											Williams), Karen Allen (Marion 
											Ravenwood), John Hurt ( Prof. Oxley), 
											Ray Winstone (Mac), Jim Broadbent (Dean 
											Stanforth), Ian McDiamid (Prof. 
											Levi), Igor Jijikine (Dovchenko), 
											Joel Stoffler (Agente Taylor).