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								From: REYNALDO 
								FERREIRA  
								Date: 2008/7/23 
								Subject: FW: Guerra ao Ministério Público, por 
								Paulo Brossard 
								To: Theresa Catharina Campos 
								Repassando 
								 
								Guerra ao Ministério Público, por Paulo Brossard 
								 
								Jornal Zero Hora - 30.06.2008 
								 
								Tinha de acontecer o que está ocorrendo. Faz 
								algum tempo, surgiu um movimento curioso pelo 
								qual um grupo de pessoas autodenominando-se "sem 
								terra" passou a agir em vários lugares com base 
								em assertivas improvadas que eram dadas como 
								provadas. Formidável petição de princípio mudava 
								de nome. Passava a ser dogma insuscetível de 
								questionamento. Surgiu de chofre e chamou a 
								atenção. A presença de determinadas pessoas 
								exorcizava qualquer suspeita. Os meios de 
								comunicação lhe foram simpáticos e a publicidade 
								tinha superior orientação. Chamava a atenção. 
								Autoridades de vários escalões ajoelharam-se 
								diante dos "movimentos sociais", de tudo 
								abstendo-se antes que o ofendido obtivesse da 
								Justiça as adequadas medidas possessórias. E com 
								isso as semanas se passavam e as lesões 
								cicatrizavam. As primeiras vítimas, pessoas e 
								famílias, que tradicionalmente se dedicavam à 
								faina rural, humilhadas pela falta de mínima 
								proteção aos seus direitos publicamente 
								constituídos e formalizados, e a respeitosa 
								homenagem aos invasores, desesperançadas 
								deixaram-se desapropriar para saírem de 
								situações insustentáveis. 
								 
								O dicionário estava a ser mudado. Invasão de 
								imóveis não era invasão, mas "ocupação 
								pacífica". O esbulho possessório que as leis 
								conheciam virava arcaísmo. Deixava de existir. E 
								tudo isso ia ocorrendo como se fosse normal. 
								Ninguém exercia deveres elementares porque 
								ninguém via o que se passava sob seus olhos. E o 
								movimento foi crescendo. Nada ocorria sem 
								mulheres e crianças originárias de outros 
								lugares, no entanto, chegavam a endereços 
								definidos. Os fatos são de ontem e seria 
								longo relatá-los. A omissão coletiva permitiu 
								sua multiplicação a despeito de manifestamente 
								ilegais. Da complacência do poder público 
								passavam os invasores a reclamar benesses e 
								depois a reivindicá-las como direitos seus. 
								Esgalharam-se pelo país. Tratavam o governo de 
								igual para igual. O "abril vermelho" passou a 
								ocorrer em qualquer mês. 
								 
								Qualquer mês poderia ser ou passar a ser 
								"abril". E os nomes e codinomes se 
								multiplicavam, ainda que o elemento humano 
								pudesse ser o mesmo. Para efeitos publicitários, 
								especialmente no Exterior, era importante. O 
								último ato se desdobrou em 13 Estados, e foi da 
								invasão de um imóvel à destruição de núcleo 
								florestal, a hidrelétrica, via férrea, no 
								escritório sede da Votorantim, no centro de São 
								Paulo, a portos etc. Enfim, o quadro 
								rigorosamente autônomo e anômalo foi descerrado 
								à hora anunciada do dia preciso de Norte a Sul.
								 
								 
								Aqui no Rio Grande do Sul, as sucessivas 
								invasões arrostando decisões judiciais levaram a 
								Brigada Militar a tomar medidas preventivas que 
								fizeram abortar invasão iminente preparada. O 
								Ministério Público, por sua vez, despertou e 
								retomou o exercício de seus deveres 
								institucionais; e o MST, diante da indesejada 
								postura da Brigada e do Ministério Público 
								estadual, anuncia sua valente reação, que é de 
								supor-se far-se-á com a presença de mulheres e 
								crianças. Foi o ponto a que chegamos. Não era 
								difícil prever que o abuso crescente chegasse a 
								um basta. Será que por acaso o MST, sem lenço e 
								sem documento, não tinha ou ainda não tem sede, 
								endereço, personalidade jurídica, nem fiscal, 
								embora tenha atuação nacional e relações 
								internacionais? Seria por acaso ou 
								calculadamente? 
								 
								Qualquer entidade pode agir segundo sua 
								natureza, mas não está acima da lei e não pode 
								fazer aquilo que nem as entidades regulares 
								podem fazer. No entanto, a entidade que agora 
								rompeu com um dos qualificados agentes da lei 
								vinha, de fato, gozando de estranha imunidade, 
								que ninguém tem, de ignorar as leis a que todos 
								estão sujeitos e proceder contra elas. Este o 
								problema em sua substância. É claro que haverá 
								protestos pela "violência", protestos nacionais 
								e principalmente internacionais. Mas o MPE, que 
								tem poderes que nenhum órgão possui em sua 
								dimensão e base legal, não haverá de tergiversar 
								no cumprimento de seus poderes e deveres. A 
								sociedade esperava por isso fazia muito.  | 
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