Theresa Catharina de Góes Campos

  LIVRO CONTA A HISTÓRIA DO RÁDIO NO BRASIL

De: Vivaldo
Data: Mon, 19 May 2008 19:57:34 -0300
Assunto: Livro conta a história do rádio


Livro conta a história do rádio por meio de biografias

A Magia do Rádio relembra os acontecimentos e nomes, com biografias, relacionados à trajetória da radiodifusão
no Brasil.

Autor: Arquivo pessoal
Historiador transformou a coleção em livro

Como historiador, A Magia do Rádio é o primeiro livro de Valdir Comegno. O autor tem uma coleção de aproximadamente 15 mil registros fonográficos que incluem diversas raridades. O livro, com 270 páginas de texto e outras várias de ilustrações, com fotos inéditas, focaliza fatos e personagens marcantes da história do rádio no Brasil, desde sua implantação na década de 20 até a década de 60, quando essa era artística entra em crise, com a rígida censura imposta pelo Regime Militar, culminando com a intervenção da Rádio Nacional e com o fechamento da Rádio Mayrink Veiga.

Os leitores sensíveis e nostálgicos vão relembrar nomes como Francisco Alves, Carmen e Aurora Miranda, Sylvio Caldas, Dalva de Oliveira, Aracy Cortes, Vicente Celestino, entre outros. Os mais jovens terão oportunidade de conhecer, através de uma leitura leve e agradável, momentos da Era de Ouro do rádio brasileiro, quando animadores levavam os auditórios à loucura anunciando os artistas mais famosos, além de conhecer as revistas especializadas no assunto como a Carioca, Pranove, Vida Doméstica, Revista do Rádio e Radiolândia.

O livro será lançado na segunda quinzena de junho.

Leia mais
Conheça o historiador Valdir Comegno, autor de A Magia do Rádio.
Thais Matarazzo - 19 / 05 / 2008
Conheça o historiador Valdir Comegno, autor de A Magia do Rádio.

O historiador Valdir Comegno é natural de Bauru, interior de São Paulo, onde concluiu o curso de magistério no
colégio Guedes de Azevedo, em 1958.

Autor: Arquivo pessoal
Historiador levou 10 anos para concluir a obra

Ainda em Bauru, assinou uma coluna como crítico de cinema A outra cara de Hollywood, no jornal Correio da Noroeste. Professor secundário, formou-se como geógrafo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Diplomou-se na faculdade de Ciências e Letras Teresa Martin, na cidade de São Paulo. Ali habilitou-se em estudos sociais, historia, educação moral e cívica e organização social e política.

Ministrou aulas em diversas escolas da capital paulista, aposentando-se na EEPSG Caetano de Campos, na Praça Roosevelt. Autor teatral, foi vencedor do 1º Festival Estudantil de Teatro, região de vila Prudente, em são Paulo, com a peça Planeta Terra: Ano 2274.

Leia a entrevista exclusiva ao Inove.

Inove: Quando surgiu a idéia de escrever o livro?

Valdir: A idéia não foi minha, foi de uma amiga, ela sempre dizia que como eu coleciono livros e que deveria escrever um livro. Eu também sempre gostei da história do rádio, aprofundei-me no assunto. Aquilo ficou na minha cabeça e cheguei a conclusão de que deveria escrever, já tinha um bom material pesquisado e guardado, fui em frente.

Inove: Encontrou muita dificuldade para pesquisar material em bibliotecas e arquivos públicos?

Valdir: Não. Mas a biblioteca municipal Mário de Andrade é arcaica, por exemplo, você não podia entrar com nada, nem caderno nem caneta, somente lápis e alguns papeis avulsos, um controle muito rígido que inibe o pesquisador, não acho isso necessário. Além do mais, não tinha acesso direto aos livros e periódicos, se quisesse uma cópia com mais qualidade não podia sair com o material, somente a que eles oferecem, lá dentro mesmo. Minha pesquisa se calcou em arquivos particulares de amigos que possuem grandes coleções de revistas da época, como a Revista do Rádio.

Inove: O livro retrata muitos artistas esquecidos, principalmente os de São Paulo?

Valdir: Sim, bastante. Principalmente os de São Paulo que nunca tiveram o lugar que merecem. Tem páginas inteiras para Isaura Garcia, Cinderela, Roberto Luna, Agostinho dos Santos, Sólon Salles, Germano Matias, Elsa Laranjeira e Dircinha Costa, essa duas últimas são minhas conterrâneas.

Inove: Quanto tempo gastou entre a pesquisa e a obra finalizada?

Valdir: Foram cerca de dez anos, não tive pressa, fui planejando tudo em longo prazo, ajuntando material, pesquisando. A inexperiência também contou alguns pontos, por que escrevia um texto não ficava bom, refazia. Também a editora protelou várias vezes o lançamento, de um lado foi bom porque consegui acrescentar mais
biografias.

Inove: Qual sua expectativa com o livro?

Valdir: A primeira tiragem será pequena, mais estou achando que a venda vai ser rápida, percebo que a procura é grande, por exemplo, pela própria Internet, recebo um número imenso de e-mails de pessoas querendo adquirir o livro.

Inove: Conheceu muitos artistas de rádio?

Valdir: Sim. Não só escrevendo o livro, antes quando criança costumava passar muitas férias no Rio de Janeiro, conheci a rádio Nacional, a Tupi; aqui em São Paulo costumava freqüentar a Record, Nacional, Bandeirantes, onde cruzava com muitos artistas. Vi muito a Aracy de Almeida, Orlando Silva, encontrei e conversei diversas vezes a Dalva de Oliveira. Certa vez, já estava na faculdade e fui convidado pelo jornal de lá a entrevistar a Isaurinha Garcia. Fui encontrá-la numa gravadora, ela estava com a Mônica, sua filha com o pianista Walter Wanderley, estava sentada no colo da Isaurinha e insistia para a entrevista acabar logo porque a mãe iria levá-la ao cinema para assistir um filme com a Wanderléa, um filme sobre a Jovem Guarda.
 

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