Theresa Catharina de Góes Campos

  VIDA-MORTE-VIDA

(Poema dedicado à querida amiga Luzinette Laporte de Carvalho, escritora e professora, luminosa e profunda, em sua espiritualidade e fé.)

Vida-morte-vida
a correr e fluir
para chegar à vida-vida-vida.


Na flor, protegida está
a semente criadora.
Eis a vida seminal
a se perpetuar, vitoriosa,
disfarçada de transitória.


O fruto protege
a vida da semente
que recomeça, recria
numa visão de flores,
um miniuniverso
de cor e sabor
abrigados, protegidos.


Na vida seminal,
de aparência diminuta,
marca de toda semente,
a natureza se prepara:
veste-se e se desnuda
para os mistérios
simples,arrebatadores,
do florescer,frutificar.


Vida-morte-vida,
morte também seminal.
Vida-morte-vida
espelhando a vida do amor,
o enigma em tudo se revela.


Parece quase nada
uma semente.
Parece tão pouco,
é quase tudo
o poder da semente.
O sonho da flor,
o sonho do fruto,
os sonhos do amor.


A vida sonhada
que se concretiza.
A vida fragilizada
que se realiza
em tudo revigorada.


Vida semente
amadurecendo
em meio a pragas,
tempestades,furacões,
negligências e omissões.
Vida seminal, vencedora,
mesmo na morte
seguindo o seu caminho
de vida-morte-vida.


Vida que a violência viola,
impondo a morte aparente.
Vida que se impõe,
porque capaz de vencer.
Vida ameaçada a todo instante
que precisamos proteger.


Parece tão frágil,
pequena, diminuta.
Não é superficial
nem transitória.
Parece quase nada...
Na verdade, é tudo.


Porque nada supera
a vida seminal,
criativa e criadora,
original e plena
em seu potencial.


Nos gestos de amor,
vida seminal
em que Deus se revela
a nós, seus filhos:
permanência e potencial.
Nós, seus filhos sonhados,
escolhidos, planejados.


Nós, caminhos e portos,
rios, grutas e lagos,
montanhas e planícies,
até precipícios...
Nós, vidas seminais,
seres originais,
únicos e criadores;
nós, criaturas
desorientadas
ou pela fé guiadas,
sendo jardins e desertos
nesta vida seminal.


Todos nós, sementes,
flores e frutos divinos.
Nós, salvadores e náufragos
nas rotinas de convivência.
Ou na urgência
dos encontros inesperados.


Parece tão pouco,
se olharmos apenas
as aparências,
que tudo escondem.
Mas temos fontes e rios
de água e sangue fluindo,
palpitando, pulsando,
correndo em nossos corpos.
Seria pouco...
é tudo VIDA!


Theresa Catharina de Góes Campos
Garanhuns- Pernambuco, julho de 1962.

From: LUCI TIHO IKARI
Date: 2008/9/27
Subject: RE: VIDA-MORTE-VIDA
To: Theresa Catharina de Goes Campos


OLá, Theresa Catharina
Fico admirada com a sua fluição e inspiração. Parabéns. (...) Luci


From: artemis coelho
Date: 2008/9/26
Subject: RE: VIDA-MORTE-VIDA
To: Theresa Catharina de Goes Campos


Lindo, Theresa.

 

Jornalismo com ética e solidariedade.