|  | 
  "ROSÁCEA 
								DE ESTRELAS" TAMBÉM PUBLICADA NA EDIÇÃO ESPECIAL 
								DO JORNAL "LEGIS" 
 Esta é a versão em pdf do arquivo
 http://www.sindilegis.org.br/adm/jornalegis/
 arqupload/ano2008/80jornalAgostoEsp-2008827171044.pdf.
 
 JORNAL "LEGIS" - Ano VIII - Número 80 - EDIÇÃO 
								ESPECIAL - Agosto de 2008
 
 Page 3
 LEGISLEGISCARTAR
 Rosáceas de estrelas. Contam. Como foi, não sei. 
								As
 palavras, as circunstâncias, há muito derraparam 
								no tempo. Hoje, não
 consigo nem mesmo a promessa de um retorno 
								àqueles dias agora
 relembrados. Retorno ao passado, volto à 
								infância. A custo, posso
 apenas concordar com a minha avó materna. Ela me 
								conta que eu, com uns
 três anos de idade, já opinava sobre as eleições 
								presidenciais.
 Repetindo conversas de adultos, eu dizia, até 
								com uma certa segurança
 na voz infantil, mas confundindo a noção de 
								realidade:- Eu votei no
 “Duta”.Outro fato perdido no recuo dos anos 
								refere-se à ocasião em que
 papai beijou minha irmãzinha caçula,Victoria, 
								três anos mais nova que
 eu, e, depois, encostou seu rosto no dela por 
								alguns minutos. Ao
 presenciar tal cena, prontamente pedi:- Papai, 
								me beije como o senhor
 beijou Victoria. Faça no meu rosto o mesmo que o 
								senhor fez,
 igualzinho...Se, um dia, eu beijasse com os 
								olhos o infinito do céu e
 então sentisse nos lábios o esplendor de mil 
								rosáceas de estrelas,
 ainda imaginaria minha infância um baú 
								preciosíssimo, repleto de
 lendas verdadeiras. (Ah, a meninice que 
								escorregou com o crescimento
 de nossas mãos!)As rosáceas de estrelas não 
								poderiam mesmo competir.
 Existem há séculos e pertencem a todos.Mas a 
								simplicidade é própria
 das crianças , crédulas e crentes, para quem 
								tudo existe como
 possibilidade.E o valor de um carinho de pai 
								prolonga-se em nossa
 vida, repetindo-se e se fazendo presente por 
								toda a eternidade.A
 filha que muito o ama, Therezita.O pai da autora 
								faleceu em 2000 e a
 mãe em 14 de junho de 2008. O manuscrito 
								original deste texto foi
 encontrado por Theresa entre algumas cartas que 
								sua mãe guardava.Ao
 meu querido Pai, no dia do seu aniversário.Rio, 
								07 de julho de 1963Por
 Theresa Catharina de Góes Campos
 
 
								 Page 10
 
 Jornalista, escritora, professora universitária 
								(cursos de graduação e
								pós-graduação), tradutora e intérprete do Senado 
								Federal, Theresa
								Catharina de Góes Campos nasceu em 13 de janeiro 
								de 1945, em Natal,
								Rio Grande do Norte. Traduziu, da versão 
								francesa, Sons e sinais da
								linguagem universal, de A. Kondratov, 1972, da 
								Editora Coordenada. Com
								artigos publicados no Brasil e no exterior em 
								inglês e francês, também
								participou, com suas poesias, de muitas edições 
								coletivas. Escreveu
								prefácios para livros dos escritores Ceres Alvim, 
								Reynaldo Domingos
								Ferreira, Elvira Werneck e Sérgio Clemente. É editora dos sites
								arteculturanews.com, noticiasculturais.com e
								theresacatharinacampos.com.
 |  |