Theresa Catharina de Góes Campos

 
A Igreja Perseguida em Cuba
38ª posição na Classificação de países por perseguição
 
A Igreja A perseguição Motivos de oração
 
Cuba é a maior ilha caribenha e fica somente a 170 km da costa norte-americana da Flórida. O território é dividido quase igualmente por florestas e áreas cultivadas.

População e religião

A população cubana é nova e urbana. Embora apenas 18,8% tenha idade inferior a 15 anos, a idade média é de 35 anos. Havana, a capital, é a maior cidade, com 2,3 milhões de habitantes. Etnicamente, a maior parte da população cubana é mestiça, e existem grupos minoritários de trabalhadores chineses.

Embora o regime de Castro declare Cuba oficialmente um Estado ateu, a maior religião organizada ainda é a Igreja Católica Romana. Especialistas estimam, no entanto, que menos de 5% da população da ilha seja praticante do catolicismo. De 4,5 milhões de seguidores batizados, somente 452 mil vão à missa regularmente.

A santería, prática sincretista afro-cubana similar ao candomblé, pode ser considerada a principal religião de Cuba. Ela é uma crença animista baseada na religião yoruba, que foi trazida pelos escravos africanos durante a fase colonial e misturou-se ao catolicismo.

Uma vez que a santería não possui estrutura organizada, é difícil definir o número de seguidores, mas relata-se que pelo menos 60% dos cubanos participaram de um ritual de santería alguma vez na vida.

A maioria dos santeros se considera católica, e todos os praticantes da santería consideram o batismo um requisito fundamental para a participação em suas cerimônias sincretistas.

Governo

Cuba é um Estado comunista. O governo atual assumiu o poder em 1º de janeiro de 1959. O país possui apenas um partido político, o Partido Comunista Cubano (PCC). Fidel Castro renunciou à presidência em 18 de fevereiro de 2008, e seu irmão Raul foi eleito seu sucessor, em 24 de fevereiro, como presidente do conselho de ministros.

O governo mantém total controle sobre a imprensa falada e escrita. Os cidadãos cubanos não têm o direito de escolher livremente seus representantes no governo, não têm igualdade de proteção sob a lei, não gozam de liberdade de expressão, não podem sair e entrar na ilha livremente e não possuem o direito de organizar manifestações públicas, ainda que pacíficas.

Em 1º de abril de 2008, as lojas estatais tiveram permissão para vender eletrodomésticos, antes proibidos1. Os computadores, igualmente vetados, não chegaram às lojas no mesmo dia. A proibição de acessar a internet sem autorização do governo levou alguns cubanos a comprar senhas de acesso no mercado negro.

O governo castrista transformou a sociedade cubana em uma das mais militarizadas de todo o mundo. Com exceção do Brasil, Cuba possui o maior e talvez mais moderno exército da América Latina. Seu poder, entretanto, diminuiu muito com o colapso da antiga União Soviética. A consequente escassez de combustível, de peças de reposição e de outros materiais reduziu drasticamente o treinamento e os exercícios militares.

Economia

De maneira geral, os jovens cubanos não se lembram da revolução de Castro e a maioria deles está mais interessada no crescimento econômico do que na ideologia política. Quase todos (99,8%) os cubanos são alfabetizados, porém pobres. O cidadão cubano ganha em média cerca de US$ 2 mil por ano.

A economia do país foi devastada pelo planejamento centralizado, pelo colapso da União Soviética e por anos de embargo comercial. A crise econômica, a dívida externa com os países ocidentais e a falta de documentação confiável das propriedades que foram desapropriadas não têm permitido que Cuba tenha êxito em seu esforço de atrair novos investidores estrangeiros.

Como resultado, a balança comercial cubana continua apresentando um elevado déficit anual (quase US$ 1,2 bilhões em 2006), agravando a situação da dívida externa do país, que já girava em torno de US$ 15,13 bilhões em 2006. A enorme dívida de Cuba com a Rússia gira entre 15 e 20 bilhões de dólares.

A exceção é o turismo, que tem crescido cerca de 20% nos últimos anos.


A Igrejavoltar ao topo

Missionários católicos da ordem dominicana chegaram a Cuba em 1512, pouco tempo depois da descoberta da América por Cristóvão Colombo, em 1492.

A Igreja Católica Romana encontra-se firmemente estabelecida no país desde então, mas o número de católicos que efetivamente vão à igreja diminuiu drasticamente a partir de 1960. Embora 40% da população seja católica, apenas 10% dos cubanos vão à igreja com certa frequência.

Já nas igrejas protestantes ocorre exatamente o oposto. Durante os anos 90, várias denominações cristãs cresceram rapidamente, a ponto de hoje ser muito difícil encontrar uma cidade cubana sem uma igreja protestante.

Apesar de terem se esvaziado com o movimento migratório para os Estados Unidos, elas apresentam uma espetacular taxa de crescimento de 6% ao ano, enquanto a Igreja Católica cresce apenas 2,4% ao ano.

Cerca de 300 mil cubanos pertencem a uma das 84 denominações protestantes da ilha.


A perseguição
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A Constituição reconhece o direito de professar e praticar qualquer religião, desde que se respeite a lei. Em inúmeras leis e documentos legais, o governo cubano tem se declarado completamente neutro em questões relacionadas ao cristianismo e exigido a separação absoluta entre Igreja e Estado. Da mesma forma, o governo afirma não apoiar nem exigir nada da Igreja cubana. Na prática, no entanto, há severas restrições às reuniões, à evangelização nas ruas e à construção de igrejas. Pastores são detidos e presos, informantes se infiltram nas igrejas e a discriminação é constante. Felizmente, o risco de morte é baixo nos dias atuais e a perseguição está em declínio de maneira geral. As restrições ainda são evidentes, mas uma recente abertura tornou possível a expansão do ministério.

Em 1992, uma emenda à Constituição mudou a natureza do Estado cubano de ateísta para laico, permitindo que cristãos pudessem se filiar ao Partido Comunista Cubano. Isto, no entanto, ainda está para acontecer. Membros devotos de denominações protestantes e católicas enfrentam, de maneira geral, intensa oposição e perseguição das autoridades.

Cubanos que defendem questões de direitos humanos frequentemente são visados e muitos têm sido presos desde a repressão em massa de 2003.

Em julho de 2006, o pastor Carlos Lamelas, ex-presidente da Igreja de Deus e membro do Conselho Cubano de Igrejas, foi preso e acusado de "tráfico humano", porque lutava pelo aumento da liberdade religiosa em Cuba. A promotoria pública pediu uma sentença de nove anos de prisão.

De acordo com a Solidariedade Cristã Mundial, uma organização britânica de direitos humanos, o pastor Carlos foi libertado de forma inesperada depois de 126 dias preso e obteve permissão para se juntar à família em Havana. Enquanto estava preso, ele não tinha permissão para sair da cela, por isso, sua saúde ficou abalada. O pastor recebia visitas semanais de sua esposa, 20 minutos cada uma, as quais, entretanto, eram vigiadas pelos guardas, e eles não podiam conversar livremente. Carlos só obteve permissão para ver seu advogado uma única vez, por cinco minutos. Suas duas filhas, de 5 e 12 anos, não puderam ter qualquer contato com o pai durante o tempo em que ele ficou na prisão.

Carlos Lamelas disse que ficou impressionado com o apoio que recebeu dentro e fora de Cuba. Quando chegou em casa, encontrou uma "montanha" de cartas e cartões de apoio vindos de todas as partes do mundo. "Nossos pés estão no chão, mas nossos corações estão nas nuvens", declarou o pastor.

Naquele ano, mais de 75 ativistas em todo o país foram presos e sentenciados a mais de 25 anos de prisão. O caso do pastor Carlos Lamelas parece ser parte de um movimento amplo para restringir a liberdade religiosa ao redor do país. Vários pastores e padres relataram um aumento da interferência incômoda do governo e alguns deles relataram o fechamento forçado ou a destruição de igrejas. 


Motivos de oraçãovoltar ao topo

1. A Igreja está vivendo dias de avivamento sem precedentes. Louve a Deus pelo grande avivamento que tem permeado o país e pelo crescimento explosivo das igrejas domésticas. Ore para que esta expansão continue.

2. A Igreja está respirando ares de maior liberdade. Louve a Deus pelo abrandamento significativo das restrições e peça para que esta tendência continue. Ore para que esse relacionamento melhore cada vez mais.

3. A Igreja está desfrutando de um apoio internacional expressivo. Agradeça a Deus pela importante rede de apoio que fornece Bíblias e outros recursos para evangelização às igrejas domésticas cubanas. Ore para que este auxílio aumente.

4. A Igreja cubana tem a oportunidade de permear a nação com o Cristianismo. Ore para que o país continue caminhando no sentido de se tornar uma nação com total liberdade religiosa, onde o evangelho possa ser pregado livremente e igrejas possam ser implantadas em grande escala.


Fontes

- 2008 Report on International Religious Freedom

- BBC country profile

- Países@

- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - Human Development Reports

- The World Factbook

1http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2008/04/01/ult729u73416.jhtm


Atualizado em 10/03/2009
 
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