Theresa Catharina de Góes Campos

  O CONSELHO DE MINHA IRMÃ

Sempre direta e sincera, minha irmã Victória
(em todos os sentidos, com as bênçãos divinas
vencedora e vitoriosa nas escolhas e lutas de sua vida)
bondosamente me dá um conselho pragmático:
"pare de fazer poesias! Você já fez poesia demais!"

Será?! Por que escrevo tantos versos? O que fazer?
Afinal, meu espaço é tão diminuto, individual...
um cantinho tão meu, tão pequenino neste universo
de tantas personalidades de sucesso comprovado...

Como esta poesia do coração afugentar?
Deveria eu buscar uma outra fonte de vida?
Sem aos insistentes apelos da poesia ceder?
Até parece que não entendi...Ou enlouqueci
de vez, sem a assuntos mais sérios me dedicar,
continuando a escrever versos tão longos...

Se eu persistir nas minhas aventuras literárias,
não escreverei o romance sugerido por Reynaldo,
autor de peças, romances, dicionário e...poesia!
Nem livros e crônicas como as de Tereza Lúcia,
jornalista com doutorado e... surpreendente poeta!

Retorno, porém, à fundamental, incômoda questão,
por demais perturbadora, por ser íntima, tão pessoal...
sem mesmo entender o porquê de me perguntar
sobre este sopro de vida que há muitas décadas
vou acalentando sob a proteção de boas companhias:

SEM FAZER VERSOS, AMADOS POR MIM, PORQUE
DELES CONHEÇO TODA A HISTÓRIA DE VIDA
(nos seus meandros, túneis secretos, labirintos e desertos
com fontes iluminadas pelas estrelas que Saint-Exupéry
viu e amou...ele, o aviador-poeta com poemas estonteantes
por seu lirismo de versos autênticos, mas célebre por sua prosa...)
COMO PODERIA, DE VERDADE, SEM DESFALECER,
A VIDA QUE DEUS A MIM CONCEDEU EU SABER VIVER?!

Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília, 07 de março de 2010

De: RAQUEL DE ALMEIDA PRADO CRUZ
Data: 10 de março de 2010 15:02
Assunto: Re: O CONSELHO DE MINHA IRMÃ
Para: Theresa Catharina de Goes Campos


Theresita querida,

Continue a escrever. É tudo muito bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Beijos, Raquel.


Em 11 de março de 2010 10:39, Tereza Lúcia Halliday escreveu:

Therezita:

O conselho é bem intencionado.
Mas, quem escreve poemas, só vai parar se for por comando da voz interior.
Geralmente, enquanto o poeta vive, o "fazedor" de poemas permanece ligado.

Um abraço solidário,
Tereza Lúcia.

 

Jornalismo com ética e solidariedade.