Theresa Catharina de Góes Campos

 

Fortalecer a luta24/06/2010 | 18:02
Congressos dos Jornalistas de São Paulo e Alagoas reafirmam defesa do diploma

De 18 a 20 e junho foram realizados o XIII Congresso Estadual dos Jornalistas de São Paulo, em Mongaguá, e o 19º Congresso Estadual dos Jornalistas de Alagoas, em Palmeira dos Índios. Nos dois eventos a luta nacional da categoria e da sociedade pela reinstituição da exigência do diploma em Jornalismo como requisito para o exercício da profissão destacou-se nos debates e resoluções. Nos dois congressos estaduais foram definidas posições a serem defendidas no 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, que será realizado em Porto Alegre (RS) de 18 a 21 de agosto.

O XIII Congresso Estadual dos Jornalistas de São Paulo reuniu 60 delegados e cerca de 200 participantes. Nele foram debatidas questões fundamentais do exercício da profissão, como o mercado de trabalho, o fim da exigência do diploma em nível superior em jornalismo para o desempenho das funções, a sindicalização ou não de não diplomados e as ações sindicais e políticas necessárias para o enfrentamento com um empresariado cada vez mais ganancioso, que não respeita as leis e desregulamenta a profissão, e que deixa de pagar direitos trabalhistas historicamente conquistados pelos jornalistas

A íntegra das resoluções adotadas pode ser acessada no site do Sindicato. O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto) destacou o expressivo comparecimento de delegados, observadores e estudantes no congresso estadual, o que mostra que a categoria estrutura alicerces para enfrentar os barões da mídia, um empresariado que gosta de fazer discursos pela liberdade de imprensa e de expressão, mas mantém os funcionários em regimes medievais, com jornadas excessivas, más condições de trabalho e baixos salários, além de eventuais assédios morais.

"Como prevíamos, o fim do diploma de jornalismo criou um quadro mais complexo para a categoria no mercado de trabalho. Os participantes do congresso analisaram esta situação e apresentaram propostas que estão reunidas tanto nas resoluções que nortearão a posição a ser levada ao congresso nacional da categoria, como na Carta de Mongaguá, que sintetiza as análises e ações que o Sindicato e a categoria deverão se empenhar para tornar realidade, como por exemplo, estabelecer, lutar pela volta da exigência da titulação em jornalismo, assim como enfrentar os patrões, que aviltam cada vez mais as relações de trabalho".

Categoria prossegue unida lutando pelas PECs
Não sindicalizar os jornalistas precários e intensificar a luta pelas PECs do diploma. Estas foram as principais deliberações do 19º Congresso Estadual dos Jornalistas de Alagoas, realizado no último final de semana (18 a 20/06), em Palmeira dos Índios.

A proposta de sindicalizar os jornalistas precários teve pouquíssimos adeptos no Congresso Estadual (três votos). A imensa maioria dos presentes acompanhou a posição majoritária da diretoria do Sindjornal e manifestada pela base nas redações, de não sindicalizar os sem diploma. Apesar do desejo manifesto da categoria, a plenária que aprovou a decisão foi bastante polêmica, devido à resistência oferecida pela minoria.

A votação foi antecedida por uma palestra do vice-presidente da FENAJ, Celso Schröder, que fez uma explanação sobre o andamento das PECs do diploma na Câmara e no Senado Federal. Segundo ele, um ano após o STF ter acabado com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, as duas propostas de emenda constitucional restabelecendo essa exigência estão em fase adiantada nas duas casas legislativas, com previsão de serem votadas antes das eleições de outubro. As matérias avançaram em virtude da pressão e das articulações realizadas pela FENAJ, sindicatos de jornalistas e parlamentares comprometidos com a causa.

Cerca de 70 jornalistas e estudantes participaram do Congresso Estadual em Palmeira dos Índios. O evento, aberto na noite da sexta-feira (18), contou com a participação de autoridades locais, bem como de professores, mestres e doutores em comunicação, a exemplo de José Marques de Melo, da Universidade Metodista de São Paulo. Ele fez palestra sobre a formação científica em jornalismo e as novas tecnologias da comunicação.

Com informações dos Sindicatos dos Jornalistas de São Paulo e de Alagoas
 

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