Theresa Catharina de Góes Campos

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PADRE DONIZETTI (Tambaú - São Paulo)

Primeiro Milagre
Em 11 de outubro de 1929 às oito horas da manhã, Tambaú sofreu um grande susto, pois a Igreja Matriz foi praticamente destruída por um grande incêndio. Foram queimadas 22 imagens de santos, todos os bancos e o altar mas, milagrosamente só não foi destruída a imagem de Nossa Senhora de Aparecida. O padre, no livro que relatava a paróquia assim escreve:

"Atesto que a 11 de outubro de 1929, às 8 horas, irrompeu pavoroso incêndio na Matriz local, destruindo tudo, 22 imagens ficaram reduzidas a cinzas, restando do edifício, apenas as paredes revestidas de reboco. Entretanto, ilesa ficou a imagem de Nossa Senhora de Aparecida com o manto de seda, o que causou profunda impressão a todos. Será perpetuado o fato insólito em suntuosa Igreja que será construída para a conservação de sua imagem".

O documento foi assinado pelo padre Donizetti e por um grande número de testemunhas. Este acontecimento triste para a cidade foi o começo da força espiritual do Padre Donizetti. A partir daí começava seu trabalho junto aos menos favorecidos e sua luta contra os fazendeiros que não pagavam salários aos seus empregados.

Túmulo Padre Donizetti no Cemitério de Tambaú

Ele levantava a voz contra os patrões que atrasavam o pagamento de seus empregados. Até no púlpito ele falava contra os tais "pagamentos com ordem", que ele considerava um verdadeiro roubo. Era um "vale" dado pelos patrões, obrigando os assalariados a comprar em determinadas casa de comércio. Para o padre, todos tinham direito de um salário digno.
Seu trabalho pastoral nas fazendas era muito grande e ele considerou um milagre pregar o cristianismo para um grupo de colonos japoneses que mal falavam o português, conseguindo com que todos se batizassem e freqüentassem as missas dominicais.

As crianças eram o alvo de todo o seu carinho. Ele gostava muito de provar às suas crianças que nada era impossível. Como exemplo, manda os meninos pegarem uma taturana nas mãos, e ela não queimava. Entretanto, era só o padre sair de perto para que os meninos que se atravessem a tentar repetir o gesto, sentissem a ardência da defesa natural do animal.

Com esta demonstração de força espiritual, passou a ser o grande líder de Tambaú. Toda e qualquer decisão a ser tomada na cidade teria que antes ser submetida ao padre Donizetti que nem por isso, deixou de viver humildemente. Sua casa só tinha o estritamente necessário e tudo o que ganhava era destinado aos pobres. Além de toda a sua atividade em favor dos pobres, tinha uma vida exemplar com muita sobriedade e austeridade.

Em 1932, após a Revolução Constitucionalista, padre Donizetti já era a pessoa mais querida da cidade, adorado pelos pobres e respeitado pelos ricos. Participava ativamente de tudo. Criou quermesses, festas juninas, construiu asilo e, visando obras sociais, adquiriu terrenos e casas.
 

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