Theresa Catharina de Góes Campos

  FREI GALVÃO
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Conheça Frei Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil
11/05/2007 11:25

Assessoria

O Vaticano reconheceu o segundo milagre do Frei em dezembro do ano passado.
O religioso nascido em Guaratinguetá é venerado pelo exemplo e pelos dons.

Frei Galvão nasceu em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, em 1739 (Foto: Divulgação)

Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil, nasceu em Guaratinguetá, em 1739. Permaneceu até os 13 anos de idade na cidade, depois foi estudar na Bahia. O frei foi ordenado sacerdote em 1762 e completou os estudos teológicos no Convento de São Francisco, em São Paulo. Viveu durante 60 anos na capital, até morrer em 23 de dezembro de 1822.

A canonização dependia de o Vaticano reconhecer dois milagres. A confirmação final ocorreu em dezembro de 2006, próximo à semana do Natal, com a autenticação do segundo milagre: salvar a vida da mãe e de seu bebê há sete anos, em São Paulo, 177 anos após a morte do religioso, em 1822. Orações ao beato teriam garantido que um parto de altíssimo risco fosse bem-sucedido.

A vida de Sandra Grossi de Almeida e de seu filho Enzo de Almeida Gallafassi corriam risco porque a mãe tinha útero bicorne: duas cavidades de dimensões muito pequenas e assimétricas. Com isso, o feto não tinha espaço para crescer.

Sandra engravidou em 1999, mas a gravidez era considerada de alto risco, com possibilidade de morte por hemorragia no momento do parto. A gravidez deveria ir até o quinto mês, por causa do pequeno espaço para a formação do feto, mas a gestação evoluiu até a 32ª semana. Sandra tomou as “pílulas de Frei Galvão” e a criança nasceu no dia 11 de dezembro, com quase dois quilos e 42 centímetros. Médicos consideraram o caso raro.

Primeiro milagre
Outro milagre reconhecido pelo Vaticano – o primeiro - foi a cura da menina Daniela Cristina da Silva, de 4 anos. Em 1990 ela estava internada em coma no Hospital Emílio Ribas, na capital paulista, com hepatite B. Desenganada pelos médicos, a menina tomou a “pílula de Frei Galvão”, dada pela própria mãe, e foi curada. Como a medicina não conseguiu explicar a cura, a Santa Sé aprovou o milagre de autoria de Frei Galvão e ele foi beatificado.

Reuters
Os defensores da causa da canonização de Frei Galvão afirmam que ele tinha dons sobre-humanos. Beatificação
Há quase nove anos, o frei brasileiro que curava as pessoas em vida foi beatificado e reconhecido pelo papa João Paulo II. Para se tornar beato, foram 11 anos de estudos de cerca de 30 mil milagres avaliados. Desta enorme quantidade de graças relatadas por fiéis, cinco foram escolhidas e uma enviada para Roma.

Pílulas
O mais importante trabalho que contribui diariamente para a divulgação do poder divino de Frei Galvão é a distribuição gratuita da oração em papeizinhos: as “pílulas de Frei Galvão”. Nos papeizinhos picados, fabricados por 17 voluntárias, está escrito: “Depois do parto permanecestes Virgem, Mãe de Deus, intercedeis por nós”.

A frase era escrita pelo próprio beato, que a distribuía às pessoas que o procuravam no Mosteiro da Luz, no Centro de São Paulo, enquanto ainda era vivo. Hoje são distribuídas cerca de 60 mil pílulas por mês por meio dos Correios.

O último religioso brasileiro a receber o título de beato foi padre Mariano, do dia 5 de novembro de 2006. Era espanhol e morou no Brasil de 1931 até o ano de sua morte, em 1983. Além de Padre Mariano, Frei Galvão e Madre Paulina, há outros dois beatos que atuaram no Brasil: Padre Anchieta e Padre Reus.

Santa
A imigrante italiana Madre Paulina foi a primeira religiosa que morou no Brasil a tornar-se santa. Ela foi beatificada em 1991 e canonizada em 2002, como Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus pelo Papa João Paulo II. A religiosa mudou-se para o país com a família em 1875, quando tinha 10 anos. Ela trabalhou em Santa Catarina e São Paulo e morreu em julho de 1942.
 

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