Theresa Catharina de Góes Campos

 
UNIVERSIDADE MUNDIAL DA DIGNIDADE
 
Tereza Halliday – Artesã de Textos
 
Quando jornais e mídia eletrônica fizerem as tradicionais retrospectivas de fim de ano, entre os eventos marcantes de 2011 deverá constar a fundação da World Dignity University (WDU). Fundada em Oslo, Noruega, em junho deste ano, a Universidade Mundial da Dignidade é um movimento humanizante de aprendizado colaborativo. A idealizadora e reitora dessa universidade sem campus é a médica e psicóloga Evelin G. Lindner. Um dos membros fundadores é o pernambucano Francisco Gomes de Matos, Linguista da Paz. (www.worlddignityuniversity.org).
 
A WDU tem por meta educar para a igualdade na dignidade, honrando o princípio contido no Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Se a Organização das Nações Unidas teve de proclamar isto formalmente em 1948 e cientistas e educadores foram impelidos a fundar, em 2011, uma universidade mundial da Dignidade, é porque continuamos ruinzinhos em direitos humanos. A carência de dignidade grassa no planeta: onde quer que falte pão, moradia, educação, saúde, respeito. Onde formos profundamente desiguais no acesso a boas escolas e bons cuidados médicos. Onde houver violência verbal e física e outras humilhações em casa, na escola, no trabalho, na rua. Daí a necessidade – mais que isto, a urgência de educar para a dignidade – aprender e ensinar a cumprir os deveres de convivência que levam aos direitos dignificantes.
 
A Unesco tem como princípio que a Educação é um direito essencial ao exercício de todos os outros direitos humanos. A WDU se pega com isto e pretende ser uma “rede de redes” (não tem sede, é virtual) e parcerias para incrementar conhecimentos e habilidades essenciais à proliferação da dignidade e da paz duradora. Para as escolas interessadas, a WDU tem à disposição um programa completo da disciplina “Solução de Conflitos e Psicologia da Humilhação”. Acesse www.humiliationstudies.org.
 
Para quem acha que essas iniciativas são utópicas e coisa de gente bem intencionada, mas sem ancorar sonhos na realidade, vale assinalar que a WDU inspirou-se nesta assertiva de Margaret Mead, antropóloga (1901-1978): “Nunca duvide de que um pequeno grupo de cidadãos de empenho e sensibilidade possa mudar o mundo. Na verdade, é a única coisa que tem conseguido fazê-lo”.
(Diário de Pernambuco, 24/10/2011, p.A-11)
 
 
Tereza Lúcia Halliday, Ph.D.
Artesã de Textos
 
 
 

Jornalismo com ética e solidariedade.