Theresa Catharina de Góes Campos

  COMUNICAÇÃO E SOLIDARIEDADE - UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

Comunicação é o tema que apaixona nossos contemporâneos, sobretudo os que pesquisam sobre o seu futuro e opinam sobre o amanhã dos instrumentos que hoje informam, desenvolvem, deslumbram e divertem nossa geração.

Mergulhar nesta abundância de conhecimentos, enquanto procuro manter a capacidade de pensar com independência, só não é mais difícil do que o esforço que todos nós precisamos fazer para não perder a faculdade maravilhosa de sentir e amar.
Ocorre que a ciência e a técnica vão continuar a conquistar novas fronteiras num ritmo alucinante, que não deixa de ser previsível.
O futuro da humanidade, porém, não está nos satélites e computadores. O progresso tecnológico não pode garantir a sobrevivência de uma pessoa, pois não pode oferecer, por si só, como produto, a esperança, capaz de tudo superar e até criar do nada.
Os meios de comunicação mostram a todas as classes sociais que, ainda quando as portas estão fechadas, é possível se espiar pelo “buraco-tela” das fechaduras e conhecer o conforto, as invenções, as novidades, que se multiplicam. Felizmente para a humanidade, o que se deve a todo homem vai ser cada dia mais difícil de ser negado ou escondido de sua mente e de seus olhos, por demais fatigados, após cada tentativa frustrada para aprender e partilhar.

Os cientistas, tecnocratas e comunicadores que puseram a nosso alcance as máquinas engenhosas são responsáveis também por nos cercarem dos mais sérios perigos. Quem não está guerreando atualmente, está se preparando para se defender ou para a eventualidade de um conflito armado, interno ou externo. O milagre do átomo também se chama a possibilidade de uma hecatombe nuclear universal.
A comunicação, entretanto, pode vir a ser sinônimo de esperança, na medida em que se fizer instrumento de solidariedade e de justa distribuição dos bens essenciais, que a todos pertencem, sem qualquer distinção de raça, credo ou cor.

No dia-a-dia que deve ser uma prática de comunicação interpessoal, uma vivência solidária que se expressa em atos de receber e dar e partilhar, a sensibilidade única do artista se torna tão vital quanto a informática. O espetáculo artístico, forma de comunicação até mesmo entre gerações que viveram em séculos diferentes, continuará a enriquecer os seres humanos entre si.
Uma definição clara e precisa, que endosso plenamente, é expressa por Janetty Laís, pintora brasiliense, ao afirmar que a arte “CAPACITA O SER HUMANO A COMPREENDER A REALIDADE E AJUDA NÃO SÓ A SUPORTÁ-LA, COMO TAMBÉM A TRANSFORMÁ-LA, DANDO-LHE MEIOS PARA TORNAR A VIDA MAIS HUMANA.”

Nas artes, isto é, nas manifestações artísticas que nos tornam pessoas melhores, e não conhecem fronteiras ou limitações de tempo ou espaço, e sabem o caminho para atingir, além dos olhos e dos ouvidos, o âmago dos corações, tornando-os amigos e irmãos, está o porvir do universo.

Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília-DF
 

Jornalismo com ética e solidariedade.