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								|  | A BIBLIOTECA E O ENSINO UNIVERSITÁRIO 
 Vencido o obstáculo do vestibular, o estudante de qualquer Faculdade encontra-se 
face a face com um desafio ainda mais sério porque permanente, contínuo, 
inegável: fazer um estudo realmente sério que valorize o diploma que pretende 
obter para oferecer ao mercado de trabalho. Ora, não se trata apenas de 
maturidade acadêmica, visar a seu aperfeiçoamento integral para que a sociedade 
como um todo venha também a se beneficiar com a conclusão de seu curso 
universitário; deveria ser uma questão de honra, num país em vias de 
desenvolvimento, o recém-formado apresentar-se conscientemente, para lutar, na 
sua área profissional, devidamente habilitado, para que a nossa pátria ofereça 
condições dignas de vida a todas as camadas da população, inclusive e sobretudo, 
as mais carentes.
 
 Mas competência não se obtém a não ser que estejamos dispostos a nos 
esforçarmos; numa Faculdade, o empenho intelectual supõe uma CONVIVÊNCIA DIÁRIA 
COM A BIBLIOTECA, pois os livros e periódicos são, de certa forma, os 
“professores amigos” sempre disponíveis quando os procuramos... O estudante que 
não procura a biblioteca com regularidade está agindo como alguém que passasse 
diante de um profissional experiente, disposto a ajudá-lo e, sem mais nem menos, 
recusasse tal ajuda, apesar de estar bem necessitado desse auxílio.
 
 Como ocorre em qualquer tipo de convivência, as condições nem sempre são as 
ideais: há situações de precariedade, com deficiências específicas, que criam 
obstáculos e dificuldades, causadas por carências. Todavia, ninguém poderá 
jamais afirmar que “perdeu seu tempo” em uma biblioteca – eis um local onde, 
para o leitor, existe sempre uma informação a ser lida, um comentário esperando 
ser analisado, uma pesquisa a ser estudada. Alguns estudantes limitam-se a 
criticar o acervo da biblioteca simplesmente porque não encontram algumas obras 
específicas; numa postura irrealista, desistem de consultar o material 
disponível, perdendo, assim, uma valiosa oportunidade de conhecer outros livros 
e periódicos os mais variados.
 
 O segredo de uma excelente relação do universitário com a biblioteca consiste, 
sobretudo, na atitude de valorizar a leitura regular, diária e prazerosa. Às 
vezes, é preciso até que deixemos de ser preconceituosos, para rever conceitos 
que há muito deveríamos ter abandonado. Como a televisão, o cinema e o teatro, a 
biblioteca também pode ser, para cada um de nós, uma oportunidade valiosa de 
estudo, trabalho e lazer. A formação equilibrada de uma mentalidade 
autenticamente universitária exige um contato íntimo e constante com a 
biblioteca.
 
 SE VOCÊ NÃO É UM FREQUENTADOR ASSÍDUO DA BIBLIOTECA, TEM O DIREITO DE SE 
APRESENTAR COMO UNIVERSITÁRIO?
 
 Brasília - DF, 13 de outubro de 1988
 Theresa Catharina de Góes Campos
 Professora da Faculdade de Ciências Sociais
 Departamento de Fundamentos das Ciências Sociais
 Faculdades Integradas da Católica de Brasília
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