Theresa Catharina de Góes Campos

 
 
Cartaz do Filme

As Palavras

Título original:
The Words
De:
Brian Klugman, Lee Sternthal
Com:
Bradley Cooper, Jeremy Irons, Dennis Quaid
Género:
Drama, Romance
Classificação:
M/12
Outros dados:
EUA, 2012, Cor, 97 min.
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A fama chega quando o jovem Rory Jansen publica um romance que logo atinge o estatuto de best-seller. O problema: não é ele o autor das palavras que compõem o bem-sucedido livro. E a verdade vai persegui-lo à medida que acumula um prestígio que não merece.
Um filme que marca a estreia de Brian Klugman e Lee Sternthal, argumentistas de "Tron: O Legado", atrás das câmaras.
 
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Site oficial:
 
 
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COMENTÁRIO:
 

    

As palavras – The Words – 2012 – apesar de um pouco lento, talvez pelo enigma de suas próprias palavras, não deixa de auferir a elas o poder de nos fazer pensar, como se estivéssemos lendo um bom livro de ficção e realidade.
E o limiar que há entre as duas, que faz parte da vida real e fictícia de cada um de nós.
Esse poder o filme tem e, assim como as palavras, ele nos prende a atenção de tal forma que é impossível não se surpreender ou não se encontrar dentro dele, ou dessas palavras, em vários momentos.
As palavras do filme ou do livro que inicia a trama, contam a história de Rory Jansen, interpretado pelo belo Bradley Cooper, que atrai com o celeste dos seus olhos, e vem tentando publicar as obras que escreve, sem sucesso. Ele é casado com Dora (Zoe Saldana), e vão passar a lua de mel em Paris. Ganha da esposa, numa loja de antiguidades que ali visitam, uma pasta em couro negra, usada.
Neste seu desejo intenso, de ser reconhecido como um grande escritor, ele é “premiado” com uma “história” pronta, encontrada dentro dessa pasta presenteada.
Sem a intenção de plagiar a trama que o envolve, mas encantado com o que lê, ele a transcreve para o computador, palavra por palavra e, depois, resolve divulgá-la, como se a transcrição fosse obra de sua própria criação.
 

A ficção daquelas palavras tornam-se a realidade do seu sucesso e a realidade do seu tormento, quando ele é tocado pelas palavras que lhe revelam a verdade da obra que ele roubou, ao se apropriar, indevidamente, de uma ficção que era a realidade de uma outra vida.
O dono daquela obra é um senhor, interpretado brilhantemente por Jeremy Irons, como sempre, que escondeu a angústia de sua vida, em papéis que o tempo e sua memória não apagaram, nem apagarão jamais.
Clay Hammond, o escritor do livro The Words, que começa no filme relatando sua obra, interpretado por Dennis Quaid, qualifica e registra de uma forma muito sutil, o quão exíguo é o espaço existente entre o que é ficção e o que é realidade, seja numa obra literária, seja na própria vida, entretanto, não esconde a compreensão de que, tudo que criamos, é fruto no mínimo daquilo que sentimos existir ou querer que exista.
Muito difícil definir verdades em cima de palavras. Palavras existem e possuem o poder para convencer o mundo daquilo que acreditamos ser verdade, ou mentira, não importa.
Em todo discurso há sempre uma verdade nele estampada, nos confundindo entre a verdade que se relata de uma vida de mentira, ou a mentira que se relata de uma vida de verdade ou que se gostaria que fosse realidade.
 

O filme é a história de um livro dentro de um livro, dentro de um filme, dentro de uma realidade criada, ou vice-versa. Um jogo de palavras. Para saberem mais, verdades ou mentiras, assistam ao filme.
Faço, do escritor de  "As palavras", algumas palavras queminhas. Faço minhas, algumas das palavras do escritor em "As palavras".
E das minhas, deixo aqui, que cada um encontre as suas.
Nota máxima, infinita para o poder do silêncio das palavras.

 

Dra. Marcia Rachel Ris Mohrer
Advogada


NOTA DA EDITORA:

O que me emocionou, no filme "AS  PALAVRAS",  foram as questões éticas abordadas no roteiro, porque  princípios morais são mais importantes que sucesso. Decisões que ignoram a ética, em qualquer situação, transformam uma vitória em derrota, levam à ruína moral,  não demorando a destruir uma suposta felicidade.

São degradantes e trágicos (frustrantes, no mínimo...), os frutos da ausência de ética.

Theresa Catharina de Góes Campos

 

Jornalismo com ética e solidariedade.