Reflexões
Homiléticas para Fevereiro de
2013
Pe. Tomaz Hughes,
SVD
E-mail:
thughes@netpar.com.br
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QUARTO DOMINGO
COMUM (03.02.13)
Lucas 4,21-30
“Nenhum
profeta é bem recebido na sua
pátria”
Não é
fácil entender o desfecho da
visita de Jesus a Nazaré, logo
após o seu batismo. É muito
violenta a mudança de atitude
dos Nazarenos - da admiração à
fúria. Talvez Lucas tenha unido
dois acontecimentos em uma só
história. Mas, seja como for,
alguns pontos importantes saltam
aos olhos.
Em
primeiro lugar “todos aprovavam
Jesus, admirados com as palavras
cheias de encanto que saíam da
sua boca” (v. 22). Com certeza,
essa reação não foi causada pela
oratória de Jesus, nem porque
soubesse usar “artifícios para
seduzir os ouvintes” (1Cor 1,
4), como fazem tantos pregadores
e políticos o fazem hoje. Não,
foram palavras cheias de encanto
porque brotaram da sua
intimidade com o Pai, da sua
espiritualidade profunda, da sua
capacidade de compaixão, da
coerência entre a sua fala e a
sua vivência. Aqui há um desafio
para todos nós - de deixar que
sejamos tomados pela Palavra de
Deus, de tal maneira que a nossa
palavra não seja mais a nossa,
mas, a manifestação do Espírito
que habita em nós. Só assim as
nossas palestras e pregações
surtirão efeito. Ao contrário,
por tão eloquente que possa ser
a nossa fala, seremos “sinos
ruidosos, ou símbolos
estridentes” (1Cor 13, 2) -
chamam a atenção, mas não deixam
frutos! Como disse em uma
ocasião o Papa Bento XVI, “A
Igreja não vive de si, mas do
Evangelho e encontra sempre e de
novo sua orientação nele para o
seu caminho. É algo que cada
cristão tem de ter em conta e
aplicar-se a si mesmo: só quem
escuta a Palavra pode
converter-se depois em seu
anunciador. Não deve ensinar sua
própria sabedoria, mas a
sabedoria de Deus, que com
frequência parece estupidez aos
olhos do mundo”
A
reação dos vizinhos de Nazaré
encontra eco muitas vezes nas
comunidades de hoje. É o pobre
que não acredita no pobre! Jesus
é rejeitado por ser considerado
o filho de José, um simples
carpinteiro de Nazaré. Quantas
vezes, hoje, acontece que, em
lugar de incentivar as nossas
lideranças das bases, os
próprios companheiros de
comunidade os rejeitam por não
serem “doutores”, por não
saberem “falar bonito”, como
sabem muito bem os nossos
exploradores! Parece às vezes
que há gente que sente prazer em
destruir as lideranças. Mas, as
coisas vão mudar só quando o
pobre começar a acreditar no
pobre!
Outro
motivo para tal reação, com
certeza, era o fato de Jesus
desafiar os preconceitos e
comodismo da comunidade
nazarena, usando os exemplos da
ação de Deus em favor de um
estrangeiro (Naaman, o sírio) e
uma estrangeira (a viúva de
Sarepta). Pois, Jesus era um
profeta e o profeta sempre
incomoda, pois nos desafia a
sair de nossas fronteiras, e
olhar o mundo como Deus o vê. É
difícil que alguém goste de ser
incomodado, e por isso
preferimos com frequência criar
uma religião de ritos e rituais,
com certezas absolutas que nos
confirmam na nossa visão do
mundo. Mas, a verdadeira
religião não é só de ritos
(embora esses tenham grande
importância na celebração da
nossa fé). É o seguimento de
Jesus, que veio “para que
todos/as tenham a vida e a vida
plenamente” (Jo 10, 10),
vivenciando a solidariedade e a
fraternidade entre todas as
pessoas, sem preconceitos nem
exclusões. É triste ver em
tantos lugares hoje que a maior
preocupação de muitas Igrejas
parece ser com as minúcias
rituais, com um número cada vez
maior de normas, decretos e
rubricas, enquanto se ignoram as
grandes questões da humanidade,
como a violência, a exploração,
a destruição da natureza, o
extermínio de indígenas, e assim
por diante. Dificilmente se pode
imaginar Jesus de Nazaré agindo
assim. Por isso, talvez se fale
tanto nos programas religiosos
dos meios de comunicação só do
Cristo glorificado, e tão pouco
de Jesus de Nazaré, profeta
perseguido por causa das suas
opções concretas em favor dos
sofredores, sem levar em conta a
sua raça, religião ou situação
social.
Jesus
nos dá o exemplo de como
enfrentar estes problemas,
diante de críticas e rejeição,
quando realmente tentamos ser
coerentes com o Profeta de
Nazaré . Ele “continuou o seu
caminho” (Lc 4, 20). É isso
mesmo - apesar das críticas, da
não-aceitação, das gozações, o
cristão tem que “continuar o seu
caminho”. Jesus sofreu com isso,
mas não se abalou, pois a sua
convicção não se baseava na
opinião, aprovação e aceitação
dos outros, mas na oração, na
interiorização da Palavra. Oxalá
todos nós cresçamos neste
sentido, seguindo o exemplo do
Mestre! Como recomenda a Carta
aos Hebreus: “Para que vocês não
se cansem e não percam o ânimo,
pensem atentamente em Jesus, que
suportou contra si tão grande
hostilidade por parte dos
pecadores.”(Hb 12, 3)
QUINTO DOMINGO
COMUM (10.02.13)
Lucas 5, 1-11
“Senhor,
afaste-te de mim, porque sou um
pecador”
A
porta de entrada desse texto,
que nos traz a versão Lucana da
“pesca milagrosa” (Jo 21, 1-14)
é o primeiro versículo: “Certo
dia, Jesus estava na margem do
Lago de Genesaré. A multidão se
apertava ao seu redor para ouvir
a palavra de Deus.” Lucas deixa
bem claro que o motivo de tanta
gente buscar Jesus foi para
“ouvir a Palavra de Deus”. Não
para ver milagre, não para
receber esmola, nem cura, mas
simplesmente para “ouvir a
Palavra de Deus”. E só se busca
o que é agradável, o que faz
bem!
A
Palavra de Deus encorajava a
multidão, fazia com que as
pessoas se sentissem amadas,
aceitas, valorizadas. A Palavra
de Deus era realmente “Boa
Notícia” para os humildes e
sofridos. Nada deve - ou pode -
substituir esta Palavra. A
Igreja ainda corre atrás do
prejuízo de ter privado o povo
durante séculos do alimento da
Palavra. O último Sínodo dos
Bispos tratou do tema
significante “O Lugar da Palavra
de Deus na Vida e na Missão da
Igreja”, e temos em mãos a
Exortação Pós-Sinodal “Verbum
Domini” do Papa Bento XVI.
Felizmente muitas dioceses já
têm os seus Planos de
Evangelização com destaque para
a formação bíblica do povo.
Cumpre fortalecer cada vez mais
a animação bíblica de toda a
Pastoral. Resta o desafio de
criarmos ferramentas para que
isso realmente aconteça. Nenhuma
palavra humana, por mais
eloquente ou edificante que
seja, pode igualar-se à Palavra
de Deus. Oxalá não repitamos os
erros do passado! Que saibamos
ver a ação do Espírito Santo na
grande procura da Bíblia entre
as comunidades, especialmente
entre os mais pobres. Devemos
levar a sério o que proclamou o
Concílio Vaticano II no seu
documento dogmático Dei
Verbum: “A Igreja sempre
venerou as Sagradas Escrituras
da mesma forma como o próprio
Corpo do Senhor” (DV 21).
Infelizmente, nem sempre se
verifica a prática dessa
declaração!
Terminada a pregação, Jesus pede
que Simão “avance para águas
mais profundas” (v. 4), para
lançar as redes. Pois, barca à
beira-praia pesca nada! Como é
tentador para nós - a Igreja, as
comunidades, os indivíduos -
ficarmos seguros nas águas rasas
que não apresentam perigo, e
tampouco frutos! Se quisermos
ser realmente “pescadores de
homens” (v. 10) teremos que
enfrentar as águas profundas da
vida, com todas as incertezas e
inseguranças que isso acarreta.
O mundo globalizado pós-moderno
urbanizado exige novas respostas
pastorais, como tão bem
reconheceu o Documento de
Aparecida. Não é mais
possível continuarmos nas nossas
comunidades somente com uma
“pastoral de manutenção”, mas
precisamos ousar dialogar com
novas situações e com o
pluralismo do nosso mundo. Muito
mais cômodo é ficar nas águas
calmas e tranquilas, sem risco –
mas, fazer assim seria trair a
nossa vocação batismal.
Poderemos nos perguntar - o que
quer dizer para mim, para a
minha comunidade, movimento ou
pastoral, “avançar para as águas
mais profundas”?
Simão
não se mostra muito entusiasmado
diante do convite do Senhor,
pois ele, pescador profissional
– sabia muito bem que não se
lançavam as redes naquela hora
do dia. Parece loucura. Assim,
muitas vezes é hoje – o que
Jesus nos pede parece loucura
aos olhos da sociedade
consumista e excludente. Pois,
como diz Paulo “a loucura de
Deus é mais sábia do que os
homens, e a fraqueza de Deus é
mais forte do que os homens”
(1Cor 1, 25). Mesmo assim, Simão
lança a barca “em atenção à Sua
palavra” (v. 5). Aqui está o nó
da questão - a atenção à Palavra
de Deus. O Salmo 95 (94), 7
reza: “Oxalá vocês escutem hoje
o que Ele diz” - pois Deus nos
fala todos os dias. Uma fala
exige atenção para que seja
captada. Deus nos fala sempre -
mas, se não tivermos as antenas
ligadas, não ouviremos. E
continuaremos acomodados nas
águas rasas e tranquilas,
enquanto a missão exige que nos
lancemos para águas profundas.
Pedro
reage já: “Senhor, afasta-te de
mim, porque sou um pecador!” (v.
8). Como a luz cria a sombra, a
proximidade da santidade põe em
relevo o pecado humano. O que
parece normal, segundo critérios
humanos, fica claramente
negativo diante dos critérios do
amor divino! Mas, Jesus não
atende o pedido de Pedro - foi
porque somos pecadores que Ele
veio! Pelo contrário, fala para
Pedro não ter medo - nem da sua
fraqueza, nem da sua natureza
pecaminosa, nem das suas falhas.
Jesus o chama tal como ele é.
Ele nos ama, não como
gostaríamos de ser, mas como
somos de fato. Não devemos ter
medo da nossa realidade humana e
pecadora, pois todos nós
carregamos “um tesouro em vaso
de barro” (2Cor 4, 7), mas
podemos caminhar com confiança
porque “se Deus está a nosso
favor, quem estará contra nós?”
(Rm 8, 1). Somos chamados a
segui-Lo como somos. Porém, isso
não pode nos acomodar, pois o
Evangelho deixa claro que quando
os apóstolos foram chamados,
deixaram tudo para segui-Lo. O
seguimento de Jesus sempre exige
que deixemos algo. Resta
perguntar a nós mesmos: “O que é
que o seguimento de Jesus exige
que eu deixe, neste momento na
minha caminhada de discípulo/a”?
PRIMEIRO
DOMINGO DA QUARESMA (17.02.13)
Lucas 4,1-13.
“Você adorará
o Senhor seu Deus e somente a
Ele servirá”
O
texto expressa a luta interna de
Jesus, que na realidade se deu
ao longo da sua vida pública, em
discernir o caminho a seguir,
depois de assumir a sua missão
no batismo. Jesus era totalmente
humano, e assim enfrentava
sempre as tentações de seguir o
caminho de um messianismo falso,
que não fosse o caminho do Servo
de Javé. A experiência de Jesus
é como a nossa; entre o nosso
compromisso com o projeto de
Deus e a sua vivência prática
existem muitas tentações!
Jesus
estava “repleto do Espírito
Santo”, e era “conduzido pelo
Espírito através do deserto”. O
Espírito Santo não o conduz à
tentação, mas é a força
sustentadora d’Ele durante as
suas tentações. Como o Espírito
dava força a Jesus, Lucas ensina
às suas comunidades que elas
também poderão contar com este
apoio nos momentos difíceis da
vivência da sua fé!
As
tentações são as mesmas que
enfrentamos na nossa caminhada
da fé hoje! Primeiro Jesus é
tentado para mandar que uma
pedra se torne pão. Aqui é a
tentação do “prazer” - logo que
enfrenta sofrimento e sacrifício
por causa da sua missão, Jesus é
tentado a escapar dele! Uma
tentação das mais comuns hoje,
em um mundo que prega a
satisfação imediata dos nossos
desejos em uma sociedade que
cria necessidades falsas através
de sofisticadas campanhas de
propaganda. Uma sociedade de
individualismo, onde a regra é
“se quiser, faça!”, onde o
sacrifício, a doação e a
solidariedade são considerados
como ladainha dos perdedores!
Jesus é contundente: “Não só de
pão vive o homem” (v. 4).
Vivemos de pão, mas, não só!
Jesus não é contra o necessário
para viver dignamente. Mas,
salienta que não é somente a
posse de bens que traz a
felicidade, mas a busca de
valores mais profundos, como a
justiça, a partilha, a doação, a
solidariedade com os sofredores.
Não faz contraste falso entre
bens materiais e espirituais -
precisa-se de ambos para que se
tenha a vida plena! Jesus
desautoriza tanto os que buscam
a sua felicidade na simples
posse de bens, como os que
dispensam a luta pelo pão de
cada dia para todos!
A segunda
tentação pode ser visto como a
do “ter”. Algo atual! Vivemos na
sociedade pós-moderna da
globalização do mercado, do
neo-liberalismo, do “evangelho”
do mercado livre. Diariamente a
televisão traz para dentro das
nossas casas a mensagem de que é
necessário “ter mais”, e que não
importa “ser mais”! A tentação
vem em forma atraente - até a
Igreja pode cair na tentação de
achar que a simples posse de
bens, que podem ser usados em
favor da missão, garantirá uma
atuação mais evangélica. Somos
tentados a não acreditar na
força dos pobres, das “pessoas
comuns”, dos leigos/as, dos
“fracos” aos olhos da sociedade,
ou seja, de não seguir o caminho
do carpinteiro de Nazaré. Jesus
também enfrentou esta tentação –
Ele, que veio para ser humano
com a humanidade, pobre com os
pobres, para mostrar o Deus que
opta preferencialmente pelos
marginalizados, é também tentado
a confiar nas riquezas! Para o
diabo - e para o nosso mundo que
idolatra o bem-estar material e
o lucro, mesmo às custas da
justiça social - Jesus afirma:
“Você adorará o Senhor seu Deus,
e somente a ele servirá” (v. 8).
A
terceira tentação pode ser
entendida como a do “poder”. Uma
tentação permanente na história
das Igrejas e dos cristãos.
Quantas vezes as Igrejas
confiavam mais no poder secular
do que na fragilidade da cruz,
para “evangelizar”. Quanta
aliança entre a cruz e a espada
- a América Latina que o diga!
Ainda hoje enfrentamos esta
tentação - não de ter poder para
servir, mas de confiar no poder
deste mundo, mais do que na
fraqueza aparente de Deus, assim
contradizendo o que Paulo
afirmava: “A fraqueza de Deus é
mais forte do que os homens”
(1Cor 1, 25), e “Deus escolheu o
que é fraqueza no mundo, para
confundir o que é forte” (1Cor
1, 27). Jesus, que veio para
servir e não para ser servido,
que veio como o Servo de Javé e
não como dominador, teve que
clarear a sua vocação e
despachar o diabo com a frase:
“Não tentarás o Senhor seu
Deus”.
Realmente, podemos nos encontrar
nas tentações de Jesus! São as
do mundo moderno - o ter, o
poder e o prazer! Todas as
coisas são boas em si, mas
altamente destrutivas quando
tomam o lugar de Deus em nossas
vidas! Jesus teve que enfrentar
o que nós enfrentamos - o
“diabo” que está dentro de nós,
o tentador que procura nos
desviar da nossa vocação de
discípulos/as-missionários/as. O
texto nos coloca diante da
orientação básica para quem quer
vencer: “Você adorará o Senhor
seu Deus, e somente a ele
servirá” (v. 8)
SEGUNDO
DOMINGO DA QUARESMA
(24.02.2013)
“Este é o meu
Filho, o Escolhido. Escutem o
que ele diz!”
Lucas 9, 28-36
O
nosso texto de hoje vem logo
após o diálogo com Pedro e os
discípulos, na estrada de
Cesaréia de Filipe, sobre quem
era Jesus e como deveria ser o
seu seguimento: “Se alguém quer
me seguir, renuncie a si mesmo,
tome cada dia a sua cruz, e me
siga” (9, 23). Começando a
passagem com as palavras: “oito
dias após dizer essas palavras”,
Lucas quer ligar estreitamente o
texto com a mensagem anterior
sobre o seguimento de Jesus até
a cruz.
O texto destaca
um aspecto de Jesus que é muito
caro a Lucas - o fato que Ele
era um homem de oração. Neste
momento Ele “subiu à montanha
para rezar” (v. 28). Durante a
oração, aparecem Moisés e Elias,
símbolos da Lei e dos Profetas,
duas das figuras mais
importantes do Antigo
Testamento. Assim, Lucas mostra
que Jesus está em continuidade
com as Escrituras, isso é, o
caminho que Jesus segue está de
acordo com a vontade de Deus. Os
dois personagens, tanto Moisés
como Elias, eram profetas
rejeitados e perseguidos no seu
tempo - Lucas aqui vislumbra o
destino de Jesus, de ser
rejeitado, mas também de ser
vindicado por Deus. Pedro, ao
despertar do sono, faz uma
sugestão descabida: “Mestre, é
bom ficarmos aqui. Vamos fazer
três tendas: uma para ti, uma
outra para Moisés e outra para
Elias” (v. 33). Claro, era bom
ficar ali, em um momento
místico, longe do dia-a-dia, da
caminhada, das dúvidas, dos
desentendimentos, da luta. Quem
não quereria? Mas não era uma
sugestão que Jesus pudesse
aceitar. Terminado o momento de
revelação, “Jesus estava
sozinho” e no dia seguinte
“desceram da montanha” (v. 37).
Por tão gostoso que seja ficar
no Monte Tabor, é preciso descer
para enfrentar o caminho até o
Monte Calvário! A experiência da
Transfiguração está intimamente
ligada com a experiência da
Cruz! Quem sabe, talvez a
experiência do Tabor desse a
Jesus a coragem necessária para
aguentar a experiência bem
dolorida do Calvário!
Aplicando o texto
e a sua mensagem a todos os
cristãos, podemos deduzir que
todos precisam subir o Monte
Tabor para serem transfigurados,
para depois descerem para “lavar
os pés” dos irmãos e irmãs!
Todos nós, seja qual for a nossa
vocação, precisamos de momentos
de oração profunda, de união
especial com Deus. Isso torna-se
cada vez mais importante no
mundo atual de ritmo quase
frenético, de estresse e
correria. Temos que descobrir
como criar espaços de tempo para
respirarmos mais profundamente a
presença de Deus, para
renovarmos as nossas forças e o
nosso ânimo. Estas experiências
não devem ser “intimistas”; pelo
contrário, devem aprofundar a
nossa fé e o nosso seguimento,
para que possamos seguir o
exemplo d’Aquele que lavou os
pés dos discípulos: “Eu, que sou
o Mestre e o Senhor, lavei os
seus pés; por isso vocês devem
lavar os pés uns dos outros” (Jo
13, 14).
Esse trecho pode
nos ensinar a valorizar os
momentos de “Tabor”, os momentos
de paz, de reflexão, de oração.
Pois, se formos coerentes com a
nossa fé, teremos muitas vezes
de fazer a experiência de
“Calvário”! Somos fracos demais
para aguentar esta experiência
contando somente com as nossas
próprias forças e recursos
humanos - por isso, busquemos
forças na oração, na Palavra de
Deus, na meditação - sempre para
que possamos retomar o caminho,
como fizerem Jesus e os três
discípulos! Para os momentos de
dúvida e dificuldade, o texto
nos traz o conselho melhor
possível, através da voz que
saiu da nuvem: “Este é o meu
Filho, o Escolhido. Escutem o
que ele diz!” (v. 35). Façamos
isso, e venceremos os nossos
Calvários!
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Pe. Tomaz
Hughes, SVD
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