|
CARTA A MINHA IRMÃ
De: Theresa Catharina de Goes Campos
Data: 26 de maio de 2013 00:52
Assunto: De coração agradeço a quem gosta de
minhas poesias e dos textos que escrevo. Muito
obrigada.
Para: VICTORIA ELIZABETH BARROS
Querida irmã Victoria:
Gostei imensamente de sua mensagem com as
notícias familiares. Sim, nossos encontros, as
programações que fazemos juntos, têm um enorme
valor humano e afetivo para nós, por isso nós os
valorizamos, cultivando nossas relações tão
fortes e profundas. São o nosso tesouro maior, o
presente de nossa vida em família, o núcleo
fundamental para a sociedade e a nossa
existência como seres humanos.
Quanto a mim, entretanto, não devo jamais me
acostumar em viver à sombra da proteção
maravilhosa de vocês. Carrego uma vocação
própria, individual, mais essencial do que está
visível, uma vocação que dá significado ao que
sou e à minha vida, tão marcada por lacunas,
perdas e tragédias íntimas. As alegrias - sinais
da fé cristã - são possíveis, contudo, acontecem
porque foram procuradas de maneira intencional.
------
Não esqueci o dia em que homenageamos, de modo
especial, Nossa Senhora Auxiliadora. Aliás, eu
lhe faço homenagem todos os dias 13 e 24,
durante todo o ano e todos os anos. Chego a
cultivar o hábito de fazer a edição final nessas
datas, dos meus escritos, em prosa ou verso,
para colocá-las. Talvez você já tenha observado
isso.
-----------
(...)
Muito obrigada por ter apreciado minha poesia
mais recente.(Por engano, repeti a tolice de
rasgar o rascunho e me vi forçada a buscar na
memória, para então reproduzir! Fico furiosa
comigo!)
Tenha certeza de minha sinceridade, porque é de
coração que agradeço a quem gosta de minhas
poesias e dos textos escritos por mim.
O amigo Reynaldo, também de gosto exigente e
refinado, me escreveu de forma concisa, precisa
e objetiva, bem no seu estilo literário, sobre o
poema A INVASORA...TALVEZ BENDITA! ...Leia a
seguir:
De: Reynaldo Ferreira
Data: 25 de maio de 2013 13:00
Parabéns, Theresa Catharina. Essa lágrima é bem
machadiana. Já a conheço de vista e de chapéu.
Abs, Reynaldo
Que Nossa Senhora Auxiliadora mantenha sempre
vocês e a família que formaram, assim como esta
"agregada", sob a sua bendita proteção. Louvado
seja Deus, que nos concederá todas as bênçãos de
que necessitamos!!
Com afeto, carinho e a gratidão de
Therezita
De: VICTORIA ELIZABETH BARROS
Assunto: Re: A INVASORA...TALVEZ BENDITA! -
Theresa Catharina de Góes Campos
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Querida irmã Therezita, gostei imensamente de
sua poesia , de muito sentimento e tocou meu
coração de verdade. Fiquei ao mesmo tempo triste
e alegre , talvez já com saudades de sua
presença marcante e alegre nos nossos encontros
de sábado, quando almoçamos juntos e conversamos
sobre vários assuntos e sua presença nos
enriquece com informações diversas e valiosas
para o nosso dia a dia. Ontem fui assistir à
missa festiva de Nossa Senhora Auxiliadora e
rezei por todos nós e recordei outras datas
quando papai e mamãe estavam conosco e agradeci
a Deus as inúmeras graças já recebidas. A missa
foi linda com a participação especial de jovens
e crianças fazendo uma homenagem especial a
Maria, tudo muito singelo e bem preparado para
esta ocasião tão especial para a família
salesiana. Iremos à Missa logo mais, às seis
horas, também no Santuário. Desejo um ótimo
domingo e beijos carinhosos da irmã Victoria.
A INVASORA...TALVEZ BENDITA!
A lágrima invadiu o espaço do coração,
provocando um vendaval bem previsível.
A lágrima insistia em chegar ao sorriso.
Como impedir? Fazer eu, agora, o quê?
Não há como se furtar a essa situação
de conhecida indisciplina sentimental.
Um desconforto repetido, porque visível.
Mas o coração organizou seu espaço,
com serenidade, tentando ser ordeiro;
disciplinado, procurou se acomodar.
A invasora, talvez bendita, logo voltou
a desarrumar o espaço do coração.
O sorriso ficou sem jeito, silencioso,
porque não pretendia ele permitir
à lágrima invadir um espaço maior,
a intimidade preservada no coração.
Aconteceu, então, o previsível...
como as lágrimas não aceitam
ordens de ninguém.Nem ouvem
quaisquer reprimendas da razão
(semelhantes a versos, poemas),
o coração se resignou à invasão.
O amor se tornou insubordinação.
A lágrima também decidiu mandar,
de forma direta, em "seu" espaço,
um território novo para conquistar.
O coração decidiu, afinal, capitular:
abrir à lágrima todas as suas portas.
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília-DF, 24 de abril de 2013 |
|