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								| AUSÊNCIA 
 Por muito tempo achei que ausência é falta.
 E lastimava, ignorante, a falta.
 Hoje não a lastimo.
 Não há falta na ausência.
 A ausência é um estar em mim.
 E sinto-a branca, tão pegada, aconchegada nos 
								meus braços,
 que rio e danço e invento exclamações alegres,
 porque a ausência, essa ausência assimilada,
 ninguém a rouba mais de mim.
 
 (Carlos Drummond de Andrade / Corpo, 1984)
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