Theresa Catharina de Góes Campos

     
Dia Internacional da Mulher - Poeira e Batom - Filme e Exposição (Brasília - DF)
 

É com alegria que a Aliança Francesa de Brasília em parceria com a Delegação Européia , Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher e Secretaria de Cultura do Distrito Federal  tem a honra de convidar para a celebração do Dia Internacional da Mulher homenageando as mulheres pioneiras que contribuíram para a construção de Brasília . 

 
Exibiremos o documentário "Poeira e Batom no Planalto Central - 50 mulheres na construção de Brasília", de Tânia Fontenele , legendado em francês que será seguido de debate com as senhoras participantes do filme, da Sra Marcia Rolemberg, da Sra. Celina Leão e representantes do corpo diplomático de Brasilia.
 
Em seguida, inauguraremos a exposição Memórias Femininas da construção de Brasília que resgata os primórdios da construção da cidade pelo o olhar das mulheres que aqui chegaram vindas de todas as partes do Brasil e do mundo. Em espaços cenográficos apresentamos ambientação do universo feminino relacionados com a casa, a cozinha dos acampamentos e o local de trabalho, exibindo peças originais da década de 60 ( utensílios, fotos, mobiliários e de vestuários).
 
Homenagearemos também a Professora de Artes - Renné Simas que desenvolveu trabalho pioneiro com crianças na Aliança Francesa entre 1964 a 1984.
 
Abertura
 
Dia 8 de março de 2016 - Dia Internacional da Mulher
 
Local: Auditório Aliança Francesa de Brasília - 906 sul 
 
Programação
 
18.30h Acolhida dos convidados
 
19 h Exibição do documentário Poeira e Batom no Planalto Central - Poudre et Rouge - 50 femmes das la construction de Brasília
 
20:30 h
 
Debate com mulheres que participaram do início de Brasília, representantes da diplomacia brasileira em presença de Sra. Marcia Rolemberg ( esposa do Governador do DF) e Sra Celina Leão ( Presidente da Câmara Legislativa do DF)
 
Painel
 
Claudia Gintersdorfer- Chefe adjunto da União Européia no Brasil
 
Tania Fontenele - Diretora do filme Poeira e Batom e Coordenadora da exposição Memórias Femininas da construção de Brasília
 
Ione Carvalho - Subsecretaria de Cultura do Distrito Federal
 
Mulheres pioneiras de Brasilia:
 
Lia Sayão - chegou em Brasília em 1956 - filha do fundador da cidade, Bernardo Sayad
 
Cleuza Senna - radialista na Cidade Livre ( Núcleo Bandeirante) - chegou em 1959
 
21 hs Coquetel de inauguração da exposição Memórias Femininas da construção de Brasília no Espaço Cultural da Aliança Francesa
 
Contamos com sua presença.
Agradecemos a divulgação.
Cordialmente,

 
   
 
 
Tânia Fontenele
IPAM - Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher
Filiada a  IAFFE - International Association For Feminist Economics - Boston - MA
Tel. 55 61 33673320 / 55 61 92152477         Brasília - DF - Brasil
Mulheres Invisíveis
Lembrar-se de uma personagem feminina inscrita nos anais da historiografia oficial de Brasília não é uma tarefa fácil. A dificuldade não decorre de possível amnésia coletiva, mas, sim, em virtude de a história da cidade ter sido escrita sob um severo olhar masculino, que estranhamente omite a participação feminina na concretude da capital brasileira. Assim, coube aos homens, exclusivamente, o protagonismo e a glória do feito histórico.
Brasília tem dívida histórica com suas mulheres, particularmente com as que participaram da fase inicial de construção da cidade e de quem pouco se fala. Na verdade, as pioneiras de Brasília foram envoltas em um misterioso véu de invisibilidade perante a história oficial, criando-se a falsa impressão de que elas não estavam aqui, naquele momento seminal da cidade, lado a lado com os homens, lutando e se sacrificando pela materialização da obra.
A absurda historiografia, construída ao longo do tempo, quer nos fazer acreditar que, em um universo de quase 60 mil trabalhadores, não existiam mulheres. Como se fosse possível, sem a participação feminina, idealizar e construir a nova capital do Brasil, no meio do nada e a 1,2 mil Km do litoral. Portanto, é preciso desfazer esse falso enredo e restaurar a verdade histórica, tanto para se fazer justiça quanto para se substituir o imaginário machista que predomina sobre esse evento basilar da história do país.
Poucos lembram que o hino oficial da cidade, por exemplo, foi escrito por uma pioneira, a pianista Neusa França, artista consagrada, compositora e professora, integrante do primeiro grupo de mestres do Caseb. Vinda do Rio de Janeiro, já com carreira internacional consolidada, mudou-se para Brasília no início de 1960, antes da inauguração, tornando-se a primeira pianista da nova capital e responsável pela formação da primeira e de muitas outras gerações de músicos da cidade. Seu trabalho para a constituição do universo musical da cidade, sobretudo no campo erudito, é imensurável. Cita-se aqui a professora Neusa França, mas poderiam ser muitas outras mulheres.
Evidentemente, que não se ignora o contexto sociocultural do período de construção da cidade, em que o mundo masculino predominava e o patriarcado regia a ordem social, dando o tom e as tintas oficiais da história. Por conseguinte, é compreensível que a crônica sobre Brasília tenha sido escrita com as cores masculinas. Contudo, no tempo atual, quando as conquistas femininas já trouxeram o reconhecimento do protagonismo das mulheres na história universal, é inconcebível manter a anomalia na historiografia de uma cidade que se quer moderna e revolucionária.
Há indícios, porém, que a injustificada dívida social começa a ser quitada. É que, finalmente, o Congresso Nacional, após 55 anos da inauguração da cidade, acolhe em seu Salão Negro, espaço nobre da casa, uma exposição exclusiva sobre a participação feminina na construção de Brasília. O inusitado feito foi obtido por Tânia Fontenelle, uma dessas abnegadas e incansáveis pesquisadoras da história da nossa capital, que, de maneira oportuna e decisiva, conseguiu levar parte do seu trabalho para ser exibido naquela casa do povo.
Memórias Femininas da Construção de Brasília, delicada exposição que ora está no Congresso Nacional, é fruto de estudo mais amplo dessa pesquisadora do universo feminino dos tempos pioneiros de Brasília, denominado Poeira e Baton, que, inclusive, gerou um tocante documentário. A pesquisa, feita de maneira sensível, traz à tona e dá voz a um mundo, até então invisível, povoado por donas de casas, enfermeiras, médicas, operárias, professoras, engenheiras, domésticas, cozinheiras e parteiras, entre tantas outras profissionais. É sobre a participação dessas mulheres na constituição da nova capital brasileira, cada uma a seu modo e no âmbito de seus respectivos segmentos sociais, que nos fala esse trabalho.
Trata-se de estudo admirável, que ratifica a decisiva participação feminina na concretude da nossa cidade-capital. Assim, ao se pretender uma crônica de Brasília mais rica, inclusiva e democrática, é imperativo rever e ampliar a historiografia, inserindo-se o olhar dessas legítimas mães e avós da cidade, pois, de outra forma, ficará faltando um pedaço, como nos diria Djavan. Para tanto, conhecer e refletir sobre o trabalho de Tânia Fontenelle é um bom começo.
Brasília, abril de 2015
Carlos Madson Reis
Arquiteto e Urbanista
Superintendente do Iphan-DF
 
Tânia Fontenele

IPAM - Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher
Filiada a  IAFFE - International Association For Feminist Economics - Boston - MA
Tel. 55 61 33673320 / 55 61 92152477         Brasília - DF - Brasil
 
" Sou livre para o silêncio das formas e das cores"
 Manoel de Barros - Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo - 2001

05032016-01.pdf
 

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