Theresa Catharina de Góes Campos

     
Data: 13 de abril de 2016 
Assunto: Alimento para os que têm fome

ALIMENTO PARA OS QUE TÊM FOME

Todas as correntes de espiritualidade e todas as religiões expõem normas sobre comer e beber. Os muçulmanos piedosos guardam um rigoroso jejum de quarenta dias, e os judeus ortodoxos, nos dias de jejum, só comem os alimentos kosher. A Igreja católica até recentemente atribuía numerosos dias ao jejum e à abstinência de carne, mas a Igreja da época pós-conciliar ainda não regulamentou as normas sobre alimento e bebida.

O alimento e a bebida estão entre os dons mais abundantes de Deus e são bens gloriosos, criados para nos ajudar a conhecer e amar a Deus. Talvez não nos sirvamos desses bens com sabedoria. Dois terços da população mundial são malnutridos: um terço, porque as pessoas comem demais e de maneira prejudicial à saúde, outro terço, porque as pessoas se alimentam pouco, por falta de alimentos. Podemos ter uma clara consciência desse fato na teoria e, talvez, até podemos nos preocupar com as palavras de Jesus sobre o Juízo Final (cf. Mt 25, 42). No entanto, ninguém se preocupa com a fome daqueles que comem indiferentemente tudo o que lhes chega às mãos.

A espiritualidade aconselha uma forma de disciplina alimentar que se presta bem para os tempos atuais. O ponto de partida é simples: como no caso de todos os demais dons de Deus, devemos manter uma ordem inteligente na forma de comer e beber para servir a Deus e não ao nosso paladar. A obesidade, quando não decorrente de algum distúrbio médico intratável, dá prova cabal de um distúrbio espiritual e de um apetite desordenado que corrói não só a liberdade espiritual, mas até a moral. Poucos apetites desordenados parecem ser tão agressivos em dois terços da humanidade como os apetites que alimentam a obesidade.

Assumimos responsabilidade pessoal pela própria alimentação. Decidimos o que iremos comer e quanto. Colocamos a alimentação em primeiro lugar e a satisfação em segundo plano. Mais ainda: orientamos a alimentação para servir a necessidades superiores à satisfação: boa alimentação, por exemplo, ou um coração sadio.

O rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era peregrino, e recolhestes-me; nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; estava na prisão, e fostes visitar-me. Então, lhe responderão os justos, dizendo: Senhor, quando é que nós te vimos faminto, e te demos de comer; sequioso, e te demos de beber? Quando te vimos peregrino, e te recolhemos; nu e te vestimos? Ou quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? Respondendo o Rei (Jesus) lhes dirá: Na verdade vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes (Mt. 25, 31).

PARA REFLETIR

“Eu gostaria que o mundo inteiro fosse colocado em uma sede de amor-caridade”.

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