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								| Recado aos amigos distantes 
 
 Meus companheiros amados,
 não vos espero nem chamo:
 porque vou para outros lados.
 Mas é certo que vos amo.
 
 Nem sempre os que estão mais perto
 fazem melhor companhia.
 Mesmo com sol encoberto,
 todos sabem quando é dia.
 
 Pelo vosso campo imenso,
 vou cortando meus atalhos.
 Por vosso amor é que penso
 e me dou tantos trabalhos.
 
 Não condeneis, por enquanto,
 minha rebelde maneira.
 Para libertar-me tanto,
 fico vossa prisioneira.
 
 Por mais que longe pareça,
 ides na minha lembrança,
 ides na minha cabeça,
 valeis a minha Esperança.
 
 Cecília Meireles, in 'Poemas (1951)'
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