Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
OS TREZE PRIMEIROS DIAS DO NOVO GOVERNO

Nada mais inapropriado do que editorial, do jornal "O Estado de S. Paulo", de ontem, domingo, intitulado "Desassossego", referindo-se a esses treze primeiros dias de atuação do novo governo, eleito pelo povo para retomar o país de uma organização criminosa, que o exauria, aos poucos, mas de forma constante e sistemática, nos últimos anos, sem que a "besta midiática" - como diria o detetive paraplégico de um seriado da televisão francesa - disso tomasse conhecimento, ou, se ciente de tudo, se mostrasse conivente com o que estava acontecendo contra a sociedade brasileira.

Desassossego, portanto, havia, sim, antes desse já histórico primeiro dia de janeiro, de 2019, em que o povo, numa euforia poucas vezes vista, em Brasília, tomou conta, por completo, da Praça dos Três Poderes, bem como da Esplanada dos Ministérios, para saudar aos que, bem intencionados e de corações abertos, carregados da mais funda esperança cristã, se investiam no poder. Nesta ainda incompleta primeira quinzena de governança, portanto, o que está verdadeiramente, em pauta, são as mudanças de paradigma.

E, nesse caso, é na observância do que vem acontecendo, todos esses primeiros dias, que se poderá reconstruir o terreno, no qual, como admitem alguns estudiosos do tema, poderão crescer e fortalecer as novas maneiras de ser e de pensar, tanto do governo, como da própria sociedade, que vinha sendo amargamente iludida, tapeada, há tanto tempo. Há de se compreender, a propósito, que é extremamente necessário que, em termos administrativos, se caminhe, com cautela, pois, o campo permanece minado, com muitas armadilhas preparadas pelos inimigos, que deixaram o poder. Ou ainda estão atuantes, principalmente, nos dois lados vizinhos, da Praça dos Três Poderes.

É evidente que o governo precisa uniformizar também, com brevidade, a sua comunicação com a sociedade. Falta-lhe ainda um bom comunicador social. Isso é inegável. É aconselhável destacar bastante, por exemplo, essa decisão histórica, há muito esperada, da criação de um Conselho de Ministros para definir as linhas de uma política internacional, da qual o Brasil se mostra muito carente. Tudo, nessa área de atuação, é levado aos trancos e barrancos, segundo a orientação de políticos, que nada entendem de diplomacia - um Oswaldo Aranha é peça rara ou raríssima por aqui -, ou de diplomatas despreparados, como tivemos alguns, nesses malfadados governos petistas.

Nada há de desassossego!... Há, sim, muita expectativa pelos trabalhos de prospecção, que veem sendo feitos, nas áreas da reforma agrária, da edição de livros didáticos, da saúde, da previdência, do meio ambiente - o anúncio de que não nos desligaremos do Acordo de Paris é altamente louvável -, da tributação, da famigerada Lei Rouanet, para que, logo, o governo tenha noção precisa do que deverá fazer. Um outro passo importante já foi dado, a meu ver, quando, de imediato, ele decidiu preservar a estatal do trem de alta velocidade. Outras medidas virão certamente!... Por enquanto, portanto, é só tranquilidade.

Reynaldo Domingos Ferreira
Brasília - DF, 14 de janeiro de 2019
 

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