Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 

O MENINO NÃO-OUVINTE - Maria do Carmo Pereira Coelho

Menino não-ouvinte
Era uma vez uma árvore.
Perto da árvore uma casa.
Dentro da casa uma família.
Na janela um menino não-ouvinte.
Esse menino ia à escola todos os dias.
Antes de sair de casa, seu pai entregava-lhe uma moeda e lhe dizia:
- Pobre.
Quando Lorenso, esse é o nome do menino, chegava em casa, o pai perguntava:
- Moeda?
Lorenso respondia: “figurina”, “ figurina”,” figurinha”,” figurinha”.
O tempo foi passando, e Lorenso completou muitas revistas com suas “figurinhas.”
O tempo foi passando, e o pai do Lorenso todo dia insistia:
- Moeda? Lorenso?
- “Figurina” papai.
A mãe de Lorenso era uma artista e vivia insistindo em representar cenas do cotidiano.
Esse era um dos melhores momentos de felicidade da família.
O tempo foi passando...
Passando...
Passando...
Até que os 4 filhos aprenderam, tornaram-se artistas premiados.
O tempo foi passando...
Passando...
E Lorenso descobriu que a criança não-ouvinte não sabe que existe ficção.
Pensando bem , Lorenso e um amigo tiveram uma ideia e deram vida a ela.
De repente entrou em cartaz a peça intitulada “Palhaço Surdo”.
O sucesso foi total.

As salas de teatro passaram a encher-se de espectadores: crianças não -ouvintes.
O tempo passou, e o sucesso da peça continua.
Ao saber do trabalho de Lorenso, um dia a mãe dele perguntou?
- Lorenso, qual é o lucro da peça “Palhaço Surdo”?
Ele muito feliz respondeu:
- “Caritade”.

 

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