| O MENINO 
								NÃO-OUVINTE - Maria do Carmo Pereira Coelho
 Menino não-ouvinte
 Era uma vez uma árvore.
 Perto da árvore uma casa.
 Dentro da casa uma família.
 Na janela um menino não-ouvinte.
 Esse menino ia à escola todos os dias.
 Antes de sair de casa, seu pai entregava-lhe uma 
								moeda e lhe dizia:
 - Pobre.
 Quando Lorenso, esse é o nome do menino, chegava 
								em casa, o pai perguntava:
 - Moeda?
 Lorenso respondia: “figurina”, “ figurina”,” 
								figurinha”,” figurinha”.
 O tempo foi passando, e Lorenso completou muitas 
								revistas com suas “figurinhas.”
 O tempo foi passando, e o pai do Lorenso todo 
								dia insistia:
 - Moeda? Lorenso?
 - “Figurina” papai.
 A mãe de Lorenso era uma artista e vivia 
								insistindo em representar cenas do cotidiano.
 Esse era um dos melhores momentos de felicidade 
								da família.
 O tempo foi passando...
 Passando...
 Passando...
 Até que os 4 filhos aprenderam, tornaram-se 
								artistas premiados.
 O tempo foi passando...
 Passando...
 E Lorenso descobriu que a criança não-ouvinte 
								não sabe que existe ficção.
 Pensando bem , Lorenso e um amigo tiveram uma 
								ideia e deram vida a ela.
 De repente entrou em cartaz a peça intitulada 
								“Palhaço Surdo”.
 O sucesso foi total.
 
 As salas de teatro passaram a encher-se de 
								espectadores: crianças não -ouvintes.
 O tempo passou, e o sucesso da peça continua.
 Ao saber do trabalho de Lorenso, um dia a mãe 
								dele perguntou?
 - Lorenso, qual é o lucro da peça “Palhaço 
								Surdo”?
 Ele muito feliz respondeu:
 - “Caritade”.
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