Theresa Catharina de Góes Campos

     

A FESTA ACOLHEDORA - Maria do Carmo Pereira Coelho

Semelhante a um rio, abrindo novo leito,
vou gemendo, saio abrindo o meu.
Preciso aliviar meu peito.
Para isso, sempre peço permissão,
para saber por onde posso passar.
para saber onde vou ser acolhida.

Aprendi com minha mãe chuá, chuá e. com Jan Muá, “ movimento é vida”.
Movimento-me, em seguida, sem direção solta no ar.
Movimento-me sem caminho e sem ter onde aportar.
Como Potyra, que perdeu o caminho que fazia com Braço de Ferro (seu companheiro), necessito, sim, sou um rio, abrindo novo leito,
De vez em quando, perco as forças pela saudade que me dilacera.
Depois, junto todas elas e faço um ramalhete de rosas.
Em seguida, e, em frente, eu vou, com rosas de amor cantando,
pois a festa me espera:
Certamente, naquela festa, foz onde o meu coração será acolhido com um champanhe, meus olhos voltarão a brilhar.
Maria do Carmo Pereira Coelho
Brasília, 17 de abril de 2011

 

Jornalismo com ética e solidariedade.