Theresa Catharina de Góes Campos

  CÉZANNE – O ARTISTA E SUA OBRA

Data: Sat, 04 Feb 2006 10:18:52 -0200
De: "REYNALDO FERREIRA"
Para: theresa.files@gmail.com
Assunto: Cézanne


Repassando, RDF

Vale a pena clicar em http://www.expo-cezanne.com e ler o que ele escreveu a Emile Bernard cerca de dois anos antes de morrer...


Há 100 anos morria Cézanne, pai da pintura moderna

Reuters

O francês Paul Cézanne (em auto-retrato) tem centenário de morte celebrado na França

PARIS, 26 jan (AFP) - Ele pintou 80 vezes o monte Sainte-Victoire de sua amada Provence e várias naturezas-mortas com maçãs, e atualmente seus quadros estão entre os mais caros do mundo: Paul Cézanne, morto há 100 anos, foi o pai da pintura moderna.

"Cézanne é o pai de todos nós", disse Pablo Picasso a respeito do artista. A palavra 'todos' incluía os pintores do fauvismo, do cubismo e do abstracionismo. Cada uma destas escolas, no início do século XX, sistematizou uma direção tomada por Cézanne, afirma Denis Coutagne, diretor do Museu Granet de Aix-en-Provence (sul da França).

"Cézanne fez a síntese de uma pintura que eles vão explorar mais tarde. É o pai, e às vezes o filho, da pintura moderna", acrescenta Coutagne, curador francês da exposição "Cézanne em Provence", apresentada em Washington (29 de janeiro a 7 de maio) como parte das homenagens organizadas por ocasião do centenário da morte do artista.

Paul Cézanne nasceu em 19 de janeiro de 1839 em Aix-en-Provence. Seu pai queria que ele fosse banqueiro ou advogado. No entanto, optou pela pintura. Depois de estudar na escola local de desenho, o jovem Cézanne viaja para Paris, seguindo os conselhos do escritor Emile Zola, seu amigo de infância.

Na capital francesa, o artista passa a freqüentar o ateliê do pintor Suisse, onde conhece Pissarro, tenta duas vezes, sem êxito, ser admitido na Escola de Belas Artes e expõe no Salão dos Rejeitados.

Esta foi sua primeira fase, de uma pintura pesada, densa, mas rapidamente controlada, segundo Coutagne.

Na década de 70 do século XIX, Cézanne "vive a aventura impressionista", acrescenta Sylvie Patin, curadora da exposição Cézanne-Pissarro, organizada no museu parisiense de Orsay (28 de fevereiro a 28 de maio). Ao lado daquele que chama de 'o humilde e colossal Pissarro', Cézanne aprimora sua paleta e trabalha 'o motivo', em plena natureza.

Admirado pelos pintores, mas massacrado pela crítica, que desaconselha que as mulheres grávidas contemplem seus quadros para que a criança não tenha febre amarela, o artista retorna a sua Aix natal em 1876. A partir de então, passa a alternar as estadias em Provence e em Paris.

"Cézanne não sente desejo de viajar. É um camponês, culto, mas camponês. Volta para sua terra, ama Provence, que lhe dá a força de sua luz e que recorta as formas. Seu mar é plano, terroso. É materia. Cézanne pinta a matéria, faz a realidade entrar na pintura", diz Coutagne.

Em Estaque, o artista pinta "tetos vermelhos contra um mar azul" (carta a Pissarro, 2 de julho de 1876), trabalha na relação forma-cor, compõe naturezas-mortas. "Quando Cézanne pinta uma maçã, não pinta o exterior da maçã, pinta a maçã com sua carne, pinta seu diálogo com as outras maçãs, seu lugar na composição", destaca Coutagne.

"Quando suas mesas se inclinam, é uma mudança de perspectiva, anuncia o cubismo. Vê o objeto de maneira intelectual, passamos de 'Les Baigneuses' a 'Les Demoiselles d'Avignon' de Picasso", ressalta Patin.

Em 1899 Cézanne se instala definitivamente em Aix. Sua pintura se sintetiza e reincide nos temas célebres: as banhistas, o monte Sainte-Victoire, etc.

No dia 15 de outubro de 1906, o artista cai enfermo depois de ser surpreendido por uma tempestade em plena natureza. Afetado por uma congestão pulmonar, Cézanne morre na noite de 22 de outubro do mesmo ano.

No entanto, o tempo mostrou o valor da obra do artista. Demolido em vida pela crítica, que o qualificou de "irremediavelmente fracassado" e fez piada dos "marchands que acreditam que é possível fazer um bom negócio com suas obras", Paul Cézanne é hoje um dos pintores mais caros do mundo.

O recorde do artista é o quadro "Rideau, cruchon et compotier" (1893-1894), vendido por 60.502.500 dólares no dia 10 de maio de 1999 em Nova York pela casa de leilões Sotheby's, o que faz desta obra o sexto quadro mais caro do mundo.

(Por Fabienne Faur)
 
 

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