"Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos". Carlos Drummond de Andrade

 

No tique-taque do relógio, no decorrer dos dias ou na sucessão das estações, o ritmo do tempo reflete o movimento da vida.

Com um olhar atento, descobrimos que o que chamamos de "qualidade de vida" são comodidades materiais, psicológicas e mentais. Mas na realidade, não podemos chamar de "qualidade de vida" aquilo que adormece nosso ser.

A verdadeira qualidade de vida é sempre fruto de uma boa escolha, certo esforço e dificuldade, certa tensão interior, segundo a máxima pitagórica de que "o belo é difícil".

Onde há mais qualidade de vida? Em viver o orgulho e a felicidade de trabalharmos com dedicação, ou em sermos mercenários da vida e escravos do tempo?

Há muito mais qualidade de vida na concentração, na contemplação filosófica, na reflexão serena, na sã emotividade e na ação desinteressada, do que na mente instável e enlouquecida, na competição animal e na desonestidade que degrada a alma.

A vida que "invisível, flui como um rio interior" e que é a vida da alma ou a vida interior, pode arder como chama pura nas condições mais miseráveis e onde a qualidade de vida, externa, sucumbiu. Quantas vezes a história o demonstrou!

Quem decide se aventurar nesta senda sente que o tempo se converte em espaço interior. Quem não seca as fontes e não fecha as portas, sentirá uma perene juventude que se renova dia a dia, mês a mês e ano a ano. Esta vida interior é o que verdadeiramente nos dá sentido e qualidade de vida.

 

Adaptado de José Carlos Fernández, diretor da Nova Acrópole de Portugal

 

 

 

 

 

 

Palestra: Qualidade de Vida - vida interior. Nesta palestra o Professor Luis Carlos Marques Fonseca, Diretor da Nova Acrópole Brasil, aborda a qualidade de vida sob a ótica da filosofia, focando nos aspectos espirituais que permeiam nossa relação com o mundo. 

Poema: Mundo Interior. Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário.

Podcast: Qualidade e Sentido de Vida. Comentários filosóficos da Professora Lúcia Helena Galvão, inspirado no artigo do professor José Carlos Fernandéz, diretor da Nova Acrópole de Portugal, que lemos nessa edição da newsletter.

Apreciação artística: O Crepúsculo (1882), de William-Adolphe Bouguereau. Nessa tela o artista retratou uma deusa do mar, com pele de porcelana, sob um céu azul claro, violeta e rosa, onde a Lua branca e brilhante vem surgindo no céu.

 

 

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(Presencial na Nova Acrópole Lago Norte, Brasília/DF)