Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Amor e Mito - Nova Acrópole Distrito Federal 
 

De: Nova Acrópole Distrito Federal 
Date: seg., 21 de ago. de 2023 
Subject: #65 - Amor e Mito

 

 

“Não há nada mais real neste mundo do que a imaginação e a vontade humana” – Lúcia Helena Galvão

 

 

Tantas vezes, Platão falava da necessidade do mito; tantos povos o souberam e viveram, mas nós permanecemos indiferentes ante esta realidade, como crianças que se acham muito maduras porque já não creem em Papai Noel.

Nestes dias, eu lia um texto de alguém que dizia que, assim como o corpo físico é parente da terra, a energia de nosso corpo é parente da água, e os sentimentos, da mesma família do ar. Isso significa que, estimulados em sua natureza, os sentimentos tendem a se elevar, a buscar as camadas mais rarefeitas da atmosfera. Não é certo tingi-los de terra; isso os profana e descaracteriza.

O ser humano é sempre uma mistura “de um e do outro”, como diria Platão; é uma escolha nossa o que vamos, não ignorar, mas, por pudor e amor a nós mesmos e ao outro, ocultar e trabalhar secretamente, e o que vamos expor (e o que vamos realçar, em nós e no outro) para ajudar a construir o mito, por exemplo, de um relacionamento.

E será… porque o queremos, e nada mais sólido e real do que a vontade humana, capaz de moldar a matéria do mundo na forma que se empenhe em fazer, como tantas vezes nos demonstra a história.

E assim, os cavalheiros (já não mais simples homens!) vencerão a inércia e abrirão caminhos, e sua bravura não será predadora, pois os caminhos que abrirem serão cultivados por suas damas (e não apenas mulheres!) com beleza e com vida.

Cervantes, no seu Dom Quixote, fala de um ser humano que acreditava nisso. E, para os que pensavam que seu livro fosse uma simples sátira de costumes, deixa uma simbólica frase, na portada de sua obra: “Após as trevas, espero a luz”. Sempre quis dizer a ele: estamos tentando, querido Cervantes; estamos tentando ser luz, e distribui-la por onde passamos, como quixotes em pleno século XXI.

Amanhece, e saio para o trabalho. Não sou uma simples mulher, nem meu companheiro, um simples homem: somos uma dama e um cavalheiro que saem para sua gesta heroica; à noite, nos reuniremos em torno de nossa pequena “Távola Redonda”, e compartilharemos nossos feitos, e saborearemos, mais que apenas alimentos físicos, a glória, ou essa pequena parte dela a que fizemos jus.

E imaginaremos formas de resgatar a grande princesa, a humanidade, da fortaleza obscura onde não se permite sonhar, onde se encontra prisioneira do dragão do materialismo.

E assim será… porque o queremos, e nada, nada há mais real, neste mundo, que a imaginação e a vontade humana?ferramentas com que se constroem realidades em todos os planos e em todos os tempos.

 

 

Adaptado de texto de Lúcia Helena Galvão

 

 

 

 

 

Evento gratuito: Mitologia Nórdica, seus símbolos e valores. Aula aberta especial do Programa Janos - Uma Aventura Filosófica para jovens de 15 a 22 anos. Presencial na Nova Acrópole do Lago Norte, dia 24/08, às 19h30.

Filme #1: O príncipe justiceiro. 2023. É um filme que segue a jornada de um príncipe em busca de justiça após a captura de sua esposa por um demônio. A trama se assemelha ao épico indiano "Ramayana", onde o príncipe Rama também busca resgatar sua esposa Sita das garras de um demônio, Ravana. Ambas as histórias exploram temas de coragem, amor e justiça em meio a desafios épicos. Disponível no Netflix.

Filme #2: O Senhor dos Aneis. O Senhor dos Anéis é uma série de três filmes, baseados no livro de mesmo título, do escritor britânico Tolkien. Toda a história é baseada em uma série de mitos nórdicos e orientais e se passa no mundo criado pelo autor, chamado de “Terra Média”. Como nos mitos, a história simboliza a jornada de todo ser humano, ou seja, o herói que recebe o grande chamado da vida para percorrer a aventura que culminará na grande batalha do bem contra o mal. Disponível no PrimeVideo.

Vídeo curtinho: A importância do mito. Neste vídeo com menos de 3 minutos de duração, a Profa. Lúcia Helena Galvão explica a importância dos mitos para a humanidade.

Vídeo-palestra: A linguagem simbólica da vida. Nesta palestra a Profa. Lúcia Helena Galvão explicita os meios pelos quais a vida fala conosco o tempo todo, quem sabe ler os símbolos, é capaz de compreender e crescer como ser humano.

Apreciação artística #1: O Anel do Nibelungo. Richard Wagner. É uma obra-prima da ópera, escrita durante mais de 20 anos, composta por quatro partes que contam a história do anel mágico, forjado pelo anão Alberich, que renuncia ao amor para obter o poder de dominar o mundo. O anel é disputado por deuses, heróis, gigantes e monstros, até que o destino final dos deuses é selado na batalha de Ragnarök. A ópera de Wagner foi uma das principais fontes de influência para o escritor J.R.R. Tolkien, que criou a sua própria versão do anel maldito em sua saga O Senhor dos Anéis.

Apreciação artística #2: Apollo e Daphne. Bernini. Muito pode ser dito sobre a história mitológica de Apollo e Daphne, especialmente em relação à interpretação artística de Bernini sobre ela. Por si só, essa obra prima é excepcional, tanto em relação à técnica desse mestre da escultura, quanto à sua beleza. Porém, quando se entende o mito na qual ela é baseada, essa obra se torna ainda mais impactante. Neste vídeo, é possível apreciar a escultura por diversos ângulos.

Apreciação artística #3: Vênus e Adônis. Francois Lemoyne. Dentre seus inúmeros quadros com temática mitológica, “Vênus e Adônis” se destaca por suas cores vibrantes e bela composição. Em estilo rococó francês, a obra retrata Vênus tentando convencer Adônis a desistir de sua caçada. Por ciúmes da paixão de Vênus pelo jovem, Marte se transforma em um javali selvagem e ataca Adônis. Quando sua alma desce ao submundo, Perséfone também se apaixona por ele, resultando em uma disputa que só foi resolvida por Zeus, que determina que em um terço do ano Adônis seria de Perséfone, em outro, de Vênus e no terceiro seria livre, simbolizando as diferentes fases das plantas e sementes no ciclo das estações do ano.

 

 

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