Theresa Catharina de Góes Campos

BIDÚ SAYÃO, O CANTO DE CRISTAL

 

Muitos brasileiros não sabem, mas nos anos 30 e 40 uma brasileira destacou-se no fechado mundo da música clássica internacional por sua voz incomparável. Era a cantora lírica Bidú Sayão, soprano que se consagrou principalmente na Europa e nos Estados Unidos, e teve grande popularidade também no Brasil. Um programa especial produzido pela TV Senado homenageia o centenário de nascimento da cantora, que foi a favorita do maestro e compositor Heitor Villa-Lobos.

 

Até o momento, não havia qualquer produção de documentário para televisão  sobre a vida e a obra da artista. “Bidú Sayão, o Canto de Cristal” mostra sua trajetória musical e o contexto histórico da época. O trabalho de pesquisa da TV Senado foi uma verdadeira garimpagem que garantiu fotos raras de acervos particulares e imagens em filme, de apresentações de Bidú na década de 50. Como viveu muito tempo nos Estados Unidos, boa parte do material utilizado no especial foi cedido por empresas e instituições americanas.

 

Reinventora do bel-canto, definição dada pelo jornal New York Herald, em 1924, Bidú possuía timbre nítido e pronúncia clara, características que a tornaram uma das melhores cantoras líricas que o Brasil já teve. Nascida na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, ela integrou o time de artistas do Metropolitan Opera House de Nova York, como protagonista em obras como Manon, Romeu e Julietta, La Bohème, La Traviata, o Barbeiro de Sevilha e Madame Butterfly.

 

A amizade com o compositor Heitor Villa-Lobos resultou na famosa gravação da Bachiana Brasileira nº 5 , de 1945, que virou um hit na época. O último trabalho de Bidú, em 1958, também foi para o amigo Villa. Gravou a sinfonia A Floresta do Amazonas, no Carnegie Hall de Nova York, quando cantou a inesquecível Melodia Sentimental, que encerra o programa. Em 1995, recebeu homenagem da Escola de Samba Beija-Flor, que contou com a participação da cantora, numa de suas últimas aparições públicas.

 

O documentário “Bidú Sayão, o Canto de Cristal” tem direção de Liloye Boubli, produção de Dora Rocha e narração de Marilena Chiarelli.
 

 (Texto de divulgação da TV  Senado - em 2005)
 

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