Theresa Catharina de Góes Campos

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A BATALHA DE ARGEL

A batalha de Argel (1966) descreve os eventos decisivos da guerra pela independência da Argélia, marco do processo histórico de libertação das colônias européias na África. A ação concentra-se entre 1954 e 1957 (a guerra só terminaria em 1962), mostrando como agiam os dois lados do conflito: enquanto o exército francês recorria à política de eliminação dos rebeldes e à tortura, os integrantes da Frente de Libertação Nacional (FLN) desenvolviam técnicas não convencionais de combate, baseadas na guerrilha e no terrorismo. Neste filme de imensa atualidade, que descreve o nascimento da guerra contemporânea, o mestre italiano Gillo Pontecorvo mudou a história do cinema político ao construir uma narrativa de tirar o fôlego, em que a mistura de técnicas de documentário e de ficção geram uma escalada de suspense capaz de envolver e emocionar o espectador.

Ficha técnica
Título original: La bataille d'Alger
Direção: Gillo Pontecorvo
Escritores: Gillo Pontecorvo e Franco Solinas
Roteiro: Franco Solinas
Fotogr afia: Marcello Gatti
Música: Ennio Morricone e Gillo Pontecorvo
Som: Omar Bouksani
Edição: Mario Morra e Mario Serandrei
Produtor: Saadi Yacef
 Produção: Casbah Films, Argel, em colaboração com Igor Film, Roma
 Elenco: Brahim Haggiag
 Jean Martin
Saadi Yacef
Samia Kerbash
Fusia El Kader
Ugo Paletti
 Mohamed Bem Kassen


Tesouro da Cinemateca
Pedro Butcher*
 
Há pouco mais de um ano, militares norte-americanos, assustados com as incontroláveis explosões no Iraque ocupado, promoveram uma exibição privada de A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo, nas dependências do Pentágono. O fato foi noticiado pelo jornal The New York Times e amplamente lembrado na ocasião do relançamento do filme em cópia restaurada, nos Estados Unidos, no princípio deste ano. Eis, portanto, a prova irrefutável da atualidade deste filme de 1966. Quase 40 anos depois de sua realização, A Batalha de Argel permanece como um vivo marco histórico que descreve o nascimento de um novo tipo de guerra. 

Em 1961, o coronel francês Roger Trinquier lançou um livro aterrorizante, considerado peça-chave para o entendimento dos conflitos contemporâneos. Em "La guerre moderne", Trinquier defendia o uso da tortura e da humilhação como principal forma de combate às táticas não convencionais, próximas da guerrilha e do terrorismo, que afloraram sobretudo durante as lutas de independência coloniais tardias na África, nos anos 1960. Entre tais lutas, a "batalha em Argel" foi um dos exemplos máximos.

O surgimento desse tipo de combate decorreu de um profundo desequilíbrio de forças alimentado por radicalismos políticos. Levantamentos recentes dão conta de que "La guerre moderne" foi amplamente estudado por militares americanos e franceses, e foi aplicado no "treinamento" dos militares para os golpes que assolaram quase todos os países do continente latino-americano em meados da década de 1960. Era a Guerra fria explodindo em sua forma mais cruel nos países do Terceiro Mundo.

Todas essas questões são apresentadas, em sua essência, em A Batalha de Argel, que o Festival do Rio exibe em cópia restaurada. O mestre italiano Gillo Pontecorvo , nascido na Itália em 1919 (e neste mesmo festival homenageado em 2000), descreve em detalhes como agiam os dois lados desse conflito marcado, de um lado, pelo terror, e de outro, pela tortura.

Pontecorvo marca a história do cinema político ao construir uma narrativa de tirar o fôlego, sob a forma de uma escalada de suspense capaz de envolver e emocionar o espectador sem abandonar, em momento algum, a reflexão. 

 *Texto originalmente escrito para o Catálogo do Festival do Rio 2004


Troca de correspondências

De: "Anna Luiza Muller"
Data: Wed, 17 Aug 2005 12:28:20 -0300
Assunto: RES: CONVITE - Cabine A Batalha de Argel

Olá, Theresa,
Obrigada pelo e-mail; segue material que tenho sobre A Batalha de Argel.
Se precisar de algo mais, me diz.
Mantemos contato, abraço, Anna Luiza

-----Mensagem original-----
De: Theresa Catharina de Góes Campos [mailto:theresa.files@gmail.com]
Enviada em: terça-feira, 16 de agosto de 2005 20:33
Para: Anna Luiza Muller
Assunto: Re: CONVITE - Cabine A Batalha de Argel

Cara colega jornalista:

Obrigada pelo convite. Comunico, entretanto, que eu não poderei comparecer ao evento, pelo fato de eu residir em Brasília, onde me encontro no momento.
Quanto às informações sobre o clássico A Batalha de Argel, filme ao qual assisti desde o seu primeiro lançamento, são muito bem-vindas e serão divulgadas, inclusive de forma permanente.
Cordialmente,
Theresa Catharina
Theresa Catharina de Góes Campos

Jornalismo com Ética e Solidariedade
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On Tue, 16 Aug 2005 15:10:33 -0300, "Anna Luiza Muller" escreveu:

De: "Anna Luiza Muller"
Data: Tue, 16 Aug 2005 15:10:33 -0300
Assunto: CONVITE - Cabine A Batalha de Argel
Cara jornalista,
Convidamos para a cabine de "A Batalha de Argel" (La bataille d'Alger - 1966), de Gillo Pontecorvo.
Dia 18 de agosto, quinta-feira, às 10h30, na sala 1 do Espaço Unibanco SP.
O filme tem lançamento marcado para o dia 2 de setembro no Rio e SP.
Abraço, Anna Luiza
 

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